Blog

Usuário Legado

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Pistas do PMDB, um liquidificador ideológico

Homologadas as candidaturas de Dilma Rousseff e José Serra neste final de semana, os tucanos associam o crescimento de Dilma à proximidade do presidente Lula; o PSDB emperra- e Dilma cresce- de olho no Nordeste, o mesmo encarado por paulistas e troianos como uma jaula onde estão famintos e desgrenhados debatendo-se em busca de um emprego no Sudeste. “O sertanejo é um forte”, disse Euclides da Cunha, tentando explicar a genealogia da inferioridade nordestina.
Mas, em meio a esse debate entre Serra e Dilma, que não terá propostas para a diminuição dos abismos regionais ou do fim do apadrinhamento no serviço público nem da corrupção na máquina ou o perdão da dívida de Alagoas, hoje em R$ 7 bilhões, como anunciou Serra, fato nunca antes visto nem com FHC nem com Lula, pode-se dizer que pelo menos um partido encara a eleição presidencial exatamente como ela é: uma rinha entre PSDB e PT.
É o PMDB, bem lembrado pela candidata Marina Silva, em passagem por Alagoas. A legenda dos históricos, Ulysses Guimarães, e dos fisiológicos, o dos vícios coloniais e que deixa seus rastros entre senadores com chapéu de engenheiro desfilando na TV. “O alagoano é um forte”.
Mas, ao contrário de Euclides da Cunha, em tempos de crise na política, nos políticos e o descrédito dos eleitores, o PMDB adaptou seu conteúdo programático a esse modo recauchutado de fazer política. Tinha razão Voltaire, quando dizia que o homem é um verme em cima de um grão de areia. O PMDB espreme seus caciques nos minúsculos grãos da Viúva.
Para quê a cadeira presidencial se a órbita dela embrenha a nossa genealogia colonial? Para quê mudar a genealogia se o Canal do Sertão pode ser inaugurado tantas vezes pelos senadores engenheiros e em quantos governos se quiser? Reprovações do TCU? Ilegalidade? Fica-se ao largo essa inferioridade de gestão pública responsável e blá-blá-blá.
As coisas mudam. Derrotada Dilma, o PMDB refaz-se no serrismo em nome desse euclidiano Brasil. Porque “lá, no Congresso Nacional, sou forte”.
Um dia, Voltaire pediu que Deus o protegesse dos amigos. Eram muitos roendo as suas bolsas, assim como os inimigos, dispostos a massacrar o francês desdentado e ferino.
Que Deus nos proteja do PMDB.

O signatário do blog volta às atividades na terça. Recomendações médicas.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos