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PT e PSDB iniciam 2010 no tapetão da Assembleia

O começo da briga entre PT e PSDB em Alagoas, seguindo as linhas da rixa entre os dois partidos no plano nacional, será na Assembleia Legislativa. O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), candidato a deputado federal, vai no ritmo das críticas do Palácio do Planalto: atacar o projeto de gestão- o Estado mínimo- pregado pelos tucanos. Deve entrar em rota de colisão com o colega de parlamento, Rui Palmeira (PSDB)- que deverá atacar o modelo de “estado forte”, dos petistas, seguindo a tática do PSDB.

Paulão falará da falta de fiscalização nas usinas, uma medida do Governo do Estado na Secretaria da Fazenda. Ela poderia gerar ICMS, o que significaria mais dinheiro na máquina. Mas, a família do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – incluindo o cunhado, senador João Tenório (PSDB)- é dona de usinas. É um golpe duro, no coração do Palácio República dos Palmares. Tenório e Vilela preparam ofensiva, através dos tucanos Jorge Dantas e Claudionor Araújo.

Rui Palmeira é o nome escolhido para afrontar os petistas, com aval do governador, já que Vilela não irá atacar o Governo do PT- maior investidor em Alagoas (talvez o único). Falará em números, cobrará agilidade nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). E identificar o programa, em Alagoas, com o PSDB. Coisa que o PT abominará.

São lados em consenso nacional. O Palácio do Planalto pressiona suas bases, nos estados, em torno de candidaturas consensuais com o projeto da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff; o PSDB paulista terá o governador José Serra, favorito na disputa, apesar do Datafolha apontar que Dilma, antes estagnada na pesquisa, volta a crescer. Os decanos da oposição querem barrar a ministra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o PT neutralizará os tucanos nos estados: propaganda eleitoral fora de época serão os alvos de representações nos tapetões locais. Já existe uma- iniciativa do Ministério Público Eleitoral-contra Vilela.

Mas, a base não é completamente fechada nos estados. Há duas candidaturas ao Senado em Alagoas, no “chapão”, onde estão os petistas: Renan Calheiros (PMDB), na disputa à reeleição, e o delegado da Polícia Federal, José Pinto de Luna, em franca e temível ascenção, isso contrário ao projeto de Calheiros. Os dez minutos de tempo de TV ao PT, entregues a Luna, representam um estrago político a Renan, um crescimento imprevisível, isso em um cenário onde a vereadora Heloísa Helena (PSOL) é candidata ao Senado.

Será um Luna, em dez minutos, na TV, atacando a corrupção, o conluio da bancada federal com prefeitos, os aliados deles em Brasília. É uma visão de derrota política a Renan, com um PT contra ele, em Alagoas.

O consenso virá de uma imposição, essa do Palácio do Planalto, o mesmo Palácio que deve enquadrar os petistas na aceitação de um único nome ao Senado, evitando a fragmentação da base, em consenso com Dilma Rouseff- levando em conta o efeito Heloísa. A escolha é: Luna ou Renan?

Isso considerando que o projeto ao Senado, do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), não deve prosperar. Sairá ao Governo, atacando a gestão Vilela, ao gosto do Palácio do Planalto. O mesmo Lessa que um dia apoiou o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), contra Lula, com quem conversará no dia 21 de janeiro. E o deputado federal Benedito de Lira (PP), também destaque nas pesquisas, deve abdicar da disputa ao Senado, considerando o “jogo bruto” com Renan. O PP marcha em consenso com o Planalto- e não deve embaralhar a base.

E a base do “chapão” segue sem nomes conclusivos para 2010, faltando nove meses para a eleição, cinco meses para as convenções e três meses para a descompatibilização-prefeitos ou secretários saindo de suas funções para virarem candidatos a cargos eletivos. O senador Fernando Collor (PTB) pode ser o último nome do Planalto para eleger Renan- se Collor se candidatar a governador- por fechar a base com Dilma.

O PT deverá enfrentar o chapão para consolidar a candidatura do delegado Luna ao Senado. Renan Calheiros- sob orientação do Planalto- acredita no contrário.

EM TEMPO
Collor está em Paris; Renan ficou na Barra de São Miguel este final de semana; o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), conversou com o ex-deputado José Thomaz Nonô (DEM) e o governador Vilela, também na Barra; o deputado federal Benedito de Lira (PP) ficou na Barra (chegou sexta-feira à tarde).

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