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Renildo dos Santos. Sobrenome: anti-herói

Assumir a condição de bissexual custou caro ao vereador de Coqueiro Seco, Renildo dos Santos. Hoje, 10 de março, vão-se 16 anos do assassinato dele, fim trágico de uma sucessão de desacertos e requintes de barbárie: um esquartejamento, herança do Brasil colonial aos "rebeldes" que ousassem renunciar aos seus confortos e seguir o parlamentar coqueirense.

Renildo está na mesma lista do tributarista Sílvio Vianna; do professor de Educação Artística, Paulo Bandeira; e até de Paulo César Farias, uma história contada de qualquer jeito. E estas histórias seguem de qualquer jeito: poucas explicações.

No caso Renildo, houve um clamor por justiça. O mesmo clamor dos pais com seus filhos torturados em delegacias por delegados do interior de Alagoas, e esperando a posição da Justiça; o mesmo silêncio da menina estuprada durante anos pelo próprio pai, um promotor de Justiça; a mesma resignação dos pais com seus filhos mortos na guerra do tráfico, crimes igualmente impunes e silenciados.

A frase "é mais um drogado" não requer tantos níveis de abstrações.

Renildo é o nosso mártir porque virou um anti-herói. Ele nos lembra, a cada março, junho ou outubro da falta de consciência clara nas instituições alagoanas diante do seu espelho: a impunidade criativa, aquela que luta pelo direito de se perpetuar o temor do diálogo e da transformação da nossa consciência.

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