Sem ‘confiar’ em Almeida, Lourdinha reúne com Téo

No meio da visita do ministro das Cidades, Márcio Fortes, a Alagoas, para impulsionar a candidatura de Cícero Almeida ao Palácio República dos Palmares, esta será a posição da vice-prefeita Lourdinha Lyra (PR), se o prefeito deixar a administração para concorrer ao Governo do Estado: primeiro, a “caneta” da Prefeitura será dela, Lourdinha, “e só dela” disse o deputado federal Maurício Quintella (PR). Ou seja: trocas ou composições no secretariado, incluindo contratação e demissões, gestão administrativa: tudo estará sob a batuta de Lourdinha. E sem chance de acordo.
Segundo: depois da pesquisa apontando que o ex-governador Ronaldo Lessa é favoritíssimo ao Senado (fora, portanto, da disputa ao Palácio República dos Palmares), Lourdinha Lyra, antes uma simples vice-prefeita, virou uma importante vice-prefeita: “Ganhou mais força”, disse Quintella.
É um aviso claro: se Almeida quiser disputar o Governo- e, portanto, renunciar ao cargo-, “Lourdinha não será coadjuvante, quem será a prefeita será ela”. E porquê? “Por que não confiamos no prefeito. O partido apoiou o prefeito. Como vamos confiar de novo?”. “A equipe é dela, ela tem que ser a prefeita. Não se pode subjugar à vontade de Almeida”.
Não é uma posição radical? “Não, Lourdinha é uma pessoa equilibrada. Agora, existe a lógica. Ela será a prefeita, assumirá tudo o que acontecer. A Lourdinha cumpre compromisso até o fim”. O blog perguntou se Lourdinha traía. “Não,ela cumpre compromisso até o fim”. Então foi traída? “Lourdinha foi preterida, não foi prestigiada”.
Lourdinha Lyra e Maurício Quintella conversam na sexta-feira. Vão discutir o quadro político alagoano. E na segunda-feira, o PR vai provocar mais: tem uma reunião agendada com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), candidato à releeição. Se Almeida não disputar o Governo, pode:

1.Lourdinha, se permanecer vice, pedir votos ao chefe do Executivo Estadual;
2.Se for prefeita de Maceió, Lourdinha pode pedir votos ao governador Téo Vilela;
3.Ou pode pedir votos ao prefeito, na candidatura ao Governo. A contra-gosto e “sem tesão”, disse Quintella.

Dia 10 de dezembro, o PR se reúne para escolher a posição de todo o partido: vai embarcar no trem de Almeida; ou criar uma kombi – oposição ao chefe do Executivo Municipal. “Eu não vejo mais onde o partido pode discutir com o prefeito. Só discutimos apoio se a Lourdinha for a prefeita”. É o aviso. “Depende agora mais da Lourdinha que do prefeito. Ela é presidente da Executiva Municipal”.