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Vilela, Lessa e as frases de Collor

A gravação em que o senador Fernando Collor (PTB) xinga um repórter da revista IstoÉ poderia ser tratada como uma mera reação isolada de Collor, ao ver desavassada sua vida pessoal pela revista de circulação nacional.
Mas não é.
Em uma campanha com poucos lances espetaculares, Collor tenta atrair a atenção da imprensa nacional em uma disputa onde três adversários se tratam com cordialidade no Estado que concentra pouco mais de 1% do eleitorado nacional. E, até ontem, reservou reações esperadas e lucrativas a Collor. A declaração de Dilma Rousseff, saudando o apoio do senador a ela, é uma demonstração disso.
O lançamento de Collor ao Palácio República dos Palmares foi gestacionado por seis meses, esquadrinhado por todos os lados na imprensa nacional. Dias antes, o deputado Augusto Farias (PTB)-um dos mais próximos a Collor- confirmou a candidatura do senador, alçando novamente o nome dele na bolsa de apostas local. Rachou o palanque de Dilma Rousseff, abraçou Lula (em foto do jornalista Aílton Cruz) em São Miguel dos Campos, virou candidato do Palácio do Planalto. Deixou ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) em posição desconfortável.
Qual foto rodou o País? Collor abraçado a Lula.
Lançado na rádio Jornal, Collor alfinetou o líder do PMDB nacional, Renan Calheiros, exigindo o deputado federal Joaquim Beltrão como vice. Manteve a quinzila por algumas semanas. Ameaçou romper com Renan. Até Renan desautorizar Joaquim. Collor e Renan continuam próximos. E os Beltrão onde sempre estiveram: com Collor.
Finada estaria a disputa ao Palácio República dos Palmares. E Collor lança a expressão "bandidecos de merda", ao lado dos deputados João Beltrão e Cícero Ferro, referindo-se aos criminosos de pequeno porte. Os do varejo, excluindo o atacado.
Cita Dilma Rousseff e Lula em um jingle, sabendo da proibição da lei eleitoral. Reage Lessa, reage Collor: cita Dilma e Lula, indiretamente, em novo jingle. Depois da foto em São Miguel, um novo estrago contra Lessa, aparentemente calculado. Pesquisa do PMDB mostra que o candidato de Lula em Alagoas se chama Fernando Collor.
E Lula, assim como fez antes, mantem a mesma posição. Nunca dirá qual o candidato dele, em Alagoas.
A campanha acabou com a questão do jingle? Basta perceber a expressão de Collor, em contato com a IstoÉ.
E, a julgar pelos discursos "presidenciais" do senador, com promessas tão manjadas como o descobrimento do Brasil, Collor parece guardar na manga da camisa a próxima cartada na disputa ao Governo. E qual será?
Claro, ofuscar Lessa como candidato de Lula e Dilma e o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), ambos engolidos, por enquanto, pelas frases de efeito e as oportunidades calculadas por Collor, em périplo por Alagoas.

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