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Voto para eleição no TJ/AL custa um salário mínimo

A corrida dos advogados que disputam uma vaga para o Quinto Constitucional, para ocupar uma cadeira de desembargador no Tribunal de Justiça de Alagoas, ganha novos contornos e histórias mirabolantes. Isso porque entrou em jogo a turma dos compradores de votos.

São advogados ou seus "padrinhos"- incluindo gente poderosa em Brasília, com amplo trânsito nos tribunais superiores, políticos e até mesmo os deputados afastados pela Justiça, acusados de desviar R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembléia. Eles correm para mudar o resultado da votação.

Na eleição da OAB só votam os advogados adimplentes, ou seja, aqueles que pagam religiosamente todos os anos a taxa para a ordem. São R$ 450/ano.
Quem estiver com a anuidade atrasada não vota, certo? Errado. A "turma do mal" dá um jeito. Paga o valor de uma anuidade ou duas ou três e o advogado, antes devedor, torna-se um "votador".

Em média, o voto de um advogado chamado "corrupto" para escolher o próximo desembargador é baixo: R$ 450 ou um salário mínimo ou 20 cestas básicas, em comparação para nós, pouco entendedores das leis dos homens.

Na eleição de Maceió, para vereador, na periferia, o voto custou R$ 50. Se o político comprasse a família toda, em média, eram R$ 500.

O advogado Tutmés Airan, um dos concorrentes à vaga de desembargador pelo Quinto, confirmou ao blog os "indícios de compra de votos", como chamou. "Isso não é choro de advogado que quer ganhar não?", perguntei.

Ele respondeu: "Não. Um advogado ligou para meu escritório e disse que gostava muito de mim, mas tinha recebido R$ 500 para votar em outro candidato. Se eu oferecesse R$ 550, ou seja, R$ 50 a mais, ele ficaria do meu lado". Pergunta: "O senhor pagou?". Resposta: "Não".

Pesquisas informais, feitas por vários advogados, apontavam, há um mês, o favoritismo de alguns deles, considerados conhecidos, tradicionais e respeitados na categoria. Entre eles, estavam dois nomes: Tutmés e Cláudio Vieira.

Estes profissionais figurariam na lista sêxtupla, porque na eleição para o Quinto, os advogados podem escolher seis nomes. A lista dos seis mais votados é entregue aos desembargadores do TJ, que escolhem três. O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) opta por um, geralmente o mais votado. Mas, Vilela pode "nivelar" a lista, apontar de olho fechado, independente da ordem da lista: se é o mais ou menos favorito.

A entrada do dinheiro mudou a lógica. Vieira nem aparece nas especulações. Airan está quase fora da lista. Outros nomes aparecem como substitutos na corrida milionária; outros ainda resistem contra a derrama. $erá o milagre??

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