Suposta amante de empresário esquartejado será ouvida

Futura PressElize Matsunaga, mulher do executivo

Elize Matsunaga, mulher do executivo

Uma mulher que seria amante de Marcos Matsunaga, executivo da Yoki morto e esquartejado em maio, em São Paulo, deve depor nesta segunda-feira no Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), na capital paulista. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a testemunha foi identificada pelo detetive particular contratado por Eliza Matsunaga, que confessou ter assassinado o marido após descobrir a traição.

A identidade da mulher e o horário em que ela prestará depoimento não foram divulgados pela SSP. De acordo com o advogado Luiz Flávio D’Urso, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) e contratado pela família do executivo, a oitiva da amante de Matsunaga pode ajudar a esclarecer o crime. "Todo mundo que, de alguma forma, teve contato com ele nos dias que precedem a sua morte pode trazer alguma contribuição para as investigações", afirmou.

Apesar de o diretor do DHPP, delegado Jorge Carrasco, ter dado o caso como encerrado na semana passada, em entrevista à imprensa, D’Urso considera que ainda há pontos que precisam ser aprofundados. "Não considero o caso encerrado. No tocante à autoria do crime está definido, mas ainda há provas que precisam ser colhidas", disse o advogado.

O advogado considera necessário ouvir novamente o reverendo Renê, da Catedral Anglicana de São Paulo, que atuava como conselheiro do casal. "Cerca de uma semana antes do desaparecimento do Marcus, o reverendo havia prevenido ele de que ele correria algum risco. Então, isso precisa ser melhor apurado, até para que a gente defina se realmente não houve premeditação", afirma o advogado, referindo-se a uma conversa em que o religioso teria alertado o executivo sobre o perigo de armazenar uma coleção de armas em casa. De acordo com D’Urso, é possível que o reverendo tenha feito o alerta após ouvir algum comentário de Elize, o que apontaria para o fato de que o crime fora premeditado.

D’Urso não descarta que novas testemunhas sejam chamadas para depor. "A Elize citou em depoimento que foi parada na estrada e foi multada por um guarda. O guarda precisa ser ouvido, para sabermos se ela estava de fato sozinha, e como se comportou na ocasião", afirma. Ainda de acordo com o advogado, uma terapeuta com quem o casal se consultava para administrar problemas conjugais também pode ser ouvida.

Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo a investigação, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.

De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.

Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha.

Fonte: Terra

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