Felipe Massa renova com a Ferrari para a temporada 2013

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Felipe Massa

Foram meses de incertezas e muitas especulações, mas Felipe Massa, enfim, garantiu sua vaga na Ferrari em 2013. O brasileiro renovou, nesta terça-feira, seu contrato com a escuderia italiana por mais uma temporada. O locutor da TV Globo Galvão Bueno revelou durante a transmissão do amistoso entre Brasil e Japão que o próprio piloto lhe mandou uma mensagem de celular dizendo "acabo de renovar contrato para o ano que vem". Na última sexta-feira, o comentarista do SporTV, Lito Cavalcanti, assegurou que Massa assinaria o contrato nesta terça, na sede da equipe, em Maranello.

A renovação vem no momento em que Massa vive sua melhor fase na temporada. O brasileiro emplacou uma sequênciade cinco belas exibições (Inglaterra, Itália, Cingapura, Japão e Coreia do Sul) e é o segundo piloto com mais pontos após as férias de agosto da Fórmula 1. Nesse período, marcou 56 pontos, ficando somente atrás do novo líder, Sebastian Vettel (RBR), que anotou 93, e 11 à frente do companheiro Fernando Alonso.

Após um início de ano abaixo do esperado, Massa quase chegou a ser considerado carta fora do baralho do time italiano para a próxima temporada. Dentre rumores, boatos e chutes, não faltaram nomes estampados nos jornais como candidatos para substituí-lo. Sergio Pérez, Mark Webber, Kimi Raikkonen, Heikki Kovalainen, Paul di Resta, Nico Hulkenberg e até Michael Schumacher foram alguns deles. De certo mesmo é que a Ferrari chegou a conversar com Webber, informação confirmada pelo próprio australiano antes de renovar com a RBR.

Porém, com a confiança recuperada, Felipe reagiu no campeonato. Com belas exibições nos últimos GPs, recuperou também a confiança da equipe italiana e garantiu seu lugar no próximo ano, dando continuidade a um “casamento” de longa data. Será a oitava temporada de Massa como piloto titular da Ferrari, a terceira como companheiro de Fernando Alonso, que fez lobby para a continuidade do parceiro. Com 116 GPs disputados, o paulista de 31 anos é o segundo piloto que mais defendeu a escuderia (atrás apenas de Michael Schumacher, 180), e o quarto com mais vitórias pela mais tradicional equipe da Fórmula 1. Ao todo, foram 11 triunfos, atrás apenas de Schumi, Niki Lauda e Alberto Ascari.

Longa história com Ferrari

A história de Massa com o time de Maranello vem desde 2001. Após o título da F-3000 Europeia, uma das divisões de acesso da F-1, ele teve o passe comprado pela escuderia e, desta forma, ingressou na categoria máxima do automobilismo. Cumpriu uma temporada de aprendizado na Sauber em 2002, mas não caiu nas graças de Peter Sauber e passou o ano de 2003 atuando apenas como piloto de testes da Ferrari. Mais maduro, foi emprestado novamente ao time suíço em 2004 e 2005 para ganhar experiência, e retornou à escuderia do cavalo rampante em 2006, dessa vez como titular. Seu companheiro era nada mais nada menos que o heptacampeão Schumacher.

Com o alemão projetando seu fim de carreira para o encerramento daquela temporada, o relacionamento entre os dois foi muito bom desde as primeiras corridas. Em diversas ocasiões, o veterano declarou que considerava o brasileiro como seu “irmão mais novo”. Foi um ano de muito aprendizado e sabores especiais para Massa: subiu pela primeira vez ao pódio (GP da Europa), venceu a primeira na categoria (GP da Turquia) e ainda encerrou a temporada com uma vitória em Interlagos, quebrando um jejum de 13 anos desde o último triunfo brasileiro diante da torcida, com Ayrton Senna em 1993.

Título escapa na última curva em 2008

Com a primeira aposentadoria de Schumi no fim de 2006, Massa recebeu Kimi Raikkonen como novo parceiro de equipe. Com igualdade de condições, os dois passaram o ano muito próximos na classificação, atrás da dupla da McLaren, Lewis Hamilton e Fernando Alonso. No fim, o finlandês deu uma arrancada impressionante, vencendo três das últimas quatro provas. Beneficiado com vacilos de Hamilton e os problemas de Alonso com o time inglês, Raikkonen conquistou um surpreendente título. Massa venceu três vezes em 2007 (Bahrein, Espanha e, novamente, Turquia) e terminou em quarto.

Em 2008, um ano de opostos. Começou com dois abandonos, reagiu e fez sua melhor temporada na Fórmula 1. Superou Kimi com facilidade e disputou o título com Hamilton. Venceu seis corridas no ano. A última delas, em frente à torcida brasileira em Interlagos, porém, teve um sabor amargo. Em uma das decisões de campeonato mais emocionantes da história da categoria, Massa cruzou a linha de chegada como campeão, mas perdeu o título quando Hamilton superou Timo Glock na última curva da corrida. A quebra na Hungria e a famosa “mangueira pendurada” no pit stop do GP de Cingapura custaram caro para o brasileiro.

Pior acidente da carreira em 2009

Apesar da dolorosa derrota por apenas um ponto, a ótima temporada gerou grande expectativa para o ano seguinte. Porém, em 2009, uma revolução no regulamento técnico da Fórmula 1 fez os carros mudarem drasticamente de um ano para o outro. Dentre as principais alterações, estavam: novidades aerodinâmicas, volta dos pneus slick e introdução do Kers (sistema de recuperação de energia cinética. A Ferrari não se adequou bem às mudanças e os carros vermelhos apresentaram desempenho bem abaixo dos rivais. Felipe também não se adaptou, principalmente aos tipos de pneus e também vinha enfrentado dificuldades. Mas esses, de longe, não foram os piores problema de Massa no ano. No treino classificatório para o GP da Hungria, em julho, sofreu o pior acidente da carreira. Foi atingido em cheio no capacete por uma mola que se desprendeu do carro, justamente, de Rubens Barrichello, seu grande amigo fora das pistas. Desacordado, passou reto e ainda bateu a 280 km/h de frente no guard rail. Com fratura na testa e concussão cerebral, ficou onze dias internado e precisou passar por duas cirurgias, uma para a retirada de fragmentos ósseos e a outra, plástica. Por causa do acidente, ficou fora de todo o restante da temporada.

Fase difícil e recuperação

Quando voltou às pistas em 2010, seu companheiro de equipe já não era mais Raikkonen, e sim Alonso, que chegava com “peso de ouro” à equipe. Logo de cara, Massa mostrou que estava recuperado do acidente, com dois pódios: segundo no Bahrein – corrida que liderou – e terceiro na Austrália. Porém, no GP da Alemanha, sofreu outro forte golpe. Era dia 25 de julho. Fazia exatamente um ano da grave batida em Hungaroring. Após uma bela largada, na qual superou Vettel e Alonso, caminhava para uma vitória com sabor especial. Porém, a história de superação não comoveu a Ferrari, que ordenou a troca de posições para favorecer Alonso, que, àquela altura, estava longe da luta pelo caneco. Pelo rádio, seu engenheiro Rob Smedley disse: “Fernando está mais rápido que você. Pode confirmar que entendeu a mensagem?”. Mesmo incomodado, Felipe quase parou o carro na pista para ceder a liderança da corrida a Alonso. Em seguida, o engenheiro voltou a falar: “Boa decisão. Temos de ficar assim agora. Desculpe”, deixando na cara o jogo de equipe. Massa chegou a conseguir mais dois pódios até o fim do ano, completando cinco na temporada. Entretanto, a desejada vitória, que poderia ter sido em Hockenheim, não veio.

Segundo especialistas, o episódio na Alemanha – junto à força de Alonso nas pistas e dentro da equipe – podem ter contribuído para uma queda de produção de Massa. Na temporada de 2011, a performance dos carros da Ferrari estavam longe da força da RBR, que dominou o ano, com Vettel. Mesmo assim, o brasileiro ficou distante de Alonso no campeonato. Sem pódios, foi o sexto colocado com 199 pontos, enquanto o espanhol chegou a vencer um GP, na Inglaterra, e fechou o ano em quarto, com 257. Com dificuldades de adaptação ao difícil carro da Ferrari, a falta de resultados expressivos continuou no início de 2012. Passou em branco nas três primeiras provas e, após oito etapas, tinha apenas 11 pontos, contra 111 do parceiro, que tirava “água de pedra” e liderava o campeonato.

Durante o ano, o brasileiro admitiu a má fase e revelou, inclusive, ter procurado ajuda psicológica. Preocupada com a pouca contribuição para o Mundial de Construtores – que rende cifras milionárias às equipes – a Ferrari deu um ultimato: “precisamos de dois pilotos muito competitivos”, alertou o presidente Luca di Montezemolo. E a reação começou com boas apresentações em Mônaco e Silverstone, e ganhou novos capítulos nas últimas três provas. Massa foi quinto colocado na Bélgica e quarto na Itália. Em Cingapura, caiu para último na largada após ser tocado e ter um pneu furado. Mas fez uma bela corrida de recuperação, fez diversas ultrapassagens (com direito a duelo com Bruno Senna) e completou em oitavo. No Japão, o tão sonhado pódio chegou. Pulou de décimo para quarto na largada, ganhou mais duas posições nos boxes e cruzou em segundo, quebrando um jejum de quase dois anos (ou 35 corridas) sem sentir o gostinho do champanhe. No fim das contas, o histórico com a escuderia de Maranello e o comprometimento com a equipe, pesaram na renovação.

Fonte: Globoesporte.com

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