Secretário trata suposta ‘falha pericial’ como problema interno

A Polícia Civil apontou a ausência de provas técnicas como responsável pela liberação do principal suspeito na morte do design de interiores Flávius Lessa.

Flávia Duarte/Alagoas24HorasSecretário de Defesa Social, Dário César, trata suposta falha pericial como problema interno

Secretário de Defesa Social, Dário César, trata suposta falha pericial como problema interno

O secretário de Defesa Social, coronel Dário César, se negou nesta quinta-feira, dia 10, a falar sobre as supostas falhas nos procedimentos periciais que levaram a liberação do principal suspeito, e atualmente foragido da Justiça, de assassinar o design de interiores Flávius Durval Lessa Braga, 45 anos – que foi encontrado morto dentro de seu carro, com um profundo corte no pescoço, próximo à fábrica da Coca-Cola, no Benedito Bentes -, no dia do crime.

Para o secretário, as afirmações feitas pela delegada plantonista – através da assessoria de Polícia Civil de Alagoas –, Maria Angelita, de que a ausência de provas técnicas que deixaram de ser realizadas pelo Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal colocaram o principal suspeito no crime, o modelo Frederico Safadi, em liberdade momentos após o crime, trata-se de um ‘problema interno’. “Não vou comentar este problema. Já conversei com os responsáveis pelas instituições e foi resolvido”, afirmou o secretário durante entrevista coletiva para falar sobre o balanço das ações de carnaval.

Segundo a Polícia Civil de Alagoas, Safadi chegou a ser ouvido na Central de Polícia de Maceió, no sábado, por ter sido a última pessoa a estar com Flavius, antes deste aparecer morto. Ele teria confessado que esteve com a vítima na noite de sexta-feira, teria consumido entorpecente e recebido R$ 180,00 do arquiteto.

Ainda segundo a PC, a vítima apresentava sinais de que travou luta corporal, assim como o suspeito, mas na tarde do sábado, não havia médico no IML para realizar o exame de corpo de delito no modelo. Além disso, a polícia informou que as roupas de Frederico estavam sujas de sangue, mas, apesar de requisitado, o IC teria se negado a fazer o exame na Central de Polícia, no bairro do Prado.

O modelo apenas teve a prisão decretada no domingo, quando a delegada Ana Luíza Nogueira representou pela prisão temporária do modelo e o pedido foi aceito pela Justiça, mas Frederico Safadi já havia se evadido.

Questionado se as falhas periciais no crime de repercussão estariam sendo corriqueiras, a ponto de comprometer os diversos inquéritos de homicídios registrados em Alagoas, Dário César se limitou a tratar o problema como ‘desencontro de informações’ e disse que no final do inquérito as instituições falarão sobre o caso. E alegou que se não houvessem ‘problemas’ na área de segurança pública, Alagoas não estaria como o primeiro no ranking de estado mais violento do país. “Se há esse número alto de homicídios, é porque há dificuldades. Mas não levar os problemas para fora, vamos tratar internamente”, completou.

Violência

Durante a coletiva, foram apresentados o balanço de ocorrências durante o período de carnaval. A Secretaria de Defesa Social registrou 38 crimes de homicídios em Alagoas. Dário César destacou que o número é alto e inaceitável para o período de cinco dias.

O secretário, diferente da campanha publicitária do Governo – que aponta que Alagoas é um estado seguro para se viver – anunciou que trabalha contra o tempo para tentar reduzir os números de homicídios e falou sobre a violência em Alagoas.

Para Dário César, os crimes de homicídios registrados no estado estão associados a droga e armas. Por esse motivo, foi encaminhado na última sexta-feira, um Projeto de Lei que pretende premiar os policiais que mais apreenderem armas e drogas, além dos policiais que – durante investigações de homicídios – encontrar a autoria. Para os trabalhos periciais, a premiação será para os profissionais com laudos mais contundentes e que levem a certeza de autoria dos crimes.

A premiação será em dinheiro, segundo o secretário. Mas ainda não há valores estipulados.

Dário justificou que a medida é “um incentivo que o servidor público precisa para ter seu trabalho mais qualificado” e que não vai impactar no salário e, consequentemente na Lei de Responsabilidade Fiscal, o principal empecilho apontado pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para aumentar o salário dos servidores.

Ainda segundo o secretário, a premiação é uma prática do setor privado para aumentar a produção nas empresas e vem dando – segundo o secretário – excelentes resultados nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

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