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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

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Construir novos presídios ou enxugar gelo: Qual a diferença?

É urgente uma política integrada da segurança pública envolvendo os órgãos federais e estaduais.

O que está sendo feito hoje é marketing de um lado e enxugar gelo do outro.

A questão dos presídios, claro, tem que ser enfrentada, mas está longe de ser o problema central.

O que quero chamar a atenção é que muito está se discutindo a construção de novos presídios, a realização de um censo penitenciário, mas o principal problema da guerra de facções criminosas está fora dos muros das prisões.

Essa guerra decorre da disputa comercial da venda de drogas, principalmente cocaína, maconha e crack.

Foi a ausência do Estado que produziu essa violência cruel.

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Os massacres ocorridos em presídios do Amazonas, de Roraima e do Rio Grande do Norte são resultados de uma lógica punitivista, que produz encarceramento em massa. O Brasil, que caminha para ter a terceira maior população carcerária do mundo em termos absolutos, precisa de uma reforma estrutural que seja capaz de prevenir o caos no sistema.

Quando não há mais diálogo, a lógica é a violência. Quando não existe uma lei e uma ética que organize e possibilite a existência de uma sociedade, cada um age por si. E cada um pode considerar o certo e o errado a partir da sua lógica. É importante lembrar que este não é o primeiro, nem o segundo e nem o terceiro.

Já tivemos (o massacre) de Pedrinhas, por exemplo.

E se a lógica se mantiver, não vai ser o último.

É uma demonstração de força. É a violência que está presente em toda a nossa sociedade, exacerbada. É o endurecimento. Eles não são diferentes de nós. É importante também que as pessoas saibam que eles não estão tão dissociados de nós, ainda mais neste momento do País.

Não é nem ódio, é indiferença. A violência passou a ser uma forma de sociabilidade, que é o que a gente chama de cultura da violência. Você não consegue mais se identificar com o outro. É o medo, e você já não sabe mais o que é o medo real e o medo imaginário. Todo mundo torna-se inimigo.

A violência está onde não existe diálogo, onde não há palavra.

Foi a ausência do Estado que produziu essa violência cruel. Então, o que o Estado precisa fazer? Precisa pegar o lugar dele, tomar a rédea do que fez. É preciso pensar em penas alternativas, em como a Lei de Drogas pode minimizar essa situação. As audiências de custódia também têm se mostrado um instrumento importante. Não adianta construir mais presídios e deixar para os presos coordenarem.

Atitudes paliativas não vão resolver.

Isso só vai se resolver com uma reforma estrutural.

É o que estou dizendo: se a lógica continuar sendo a do encarceramento em massa, a da punição, a situação não vai se resolver, e aí tome construir mais presídios.

Mensagem do dia - Enxugar Gelo

É como enxugar gelo.

Fica a dica.

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