Júri do casal acusado de matar, esquartejar e queimar zelador em SP entra no 3º dia

Acusação e defesa de Eduardo e Ieda Martins devem fazer réplica e tréplica nesta quarta. Depois, jurados votarão se condenam ou absolvem réus. Previsão é a de que julgamento termine à tarde.

Reprodução/TV GloboEduardo Martins durante prisão em 2014

Eduardo Martins durante prisão em 2014

O julgamento do casal acusado de matar, esquartejar e queimar o zelador Jezi Lopes de Souza em 2014 em São Paulo entra no terceiro dia nesta quarta-feira (4), com a possibilidade de réplica da acusação e tréplica da defesa. O Ministério Público (MP) e advogados de Eduardo e Ieda Martins têm duas horas cada para tentar convencer os jurados da condenação ou absolvição dos réus.

A previsão da Justiça é a de que o júri popular seja retomado a partir das 9h no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste da capital, e termine nesta tarde. A expectativa é a de que após a fala do promotor Eduardo Campana e dos advogados Marcello Primo, que defende o publicitário, e de Pedro Cruz, que atua na defesa da advogada, ocorra a votação dos jurados.

Seis homens e uma mulher decidirão se condenam ou absolvem Martins e Ieda pelos crimes cometidos há três anos, em 30 de maio, no apartamento do casal, na Zona Norte de São Paulo, e na casa de um parente deles em Praia Grande.

A sentença será dada pela juíza Flávia Castellar Olivério se baseando na decisão majoritária dos jurados. Em caso de condenação, caberá a magistrada a dosimetria da pena.

Martins, de 50 anos, e Ieda, de 45, respondem presos pelos crimes. O publicitário é acusado de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento público, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito. A advogada é acusada por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

O julgamento do casal começou na segunda-feira (2) com o depoimento de 11 testemunhas, entre as indicadas pela acusação e defesa.

Na terça-feira (3) teve o interrogatório dos réus. Martins voltou a dizer que a morte de Jezi foi acidental e ocorreu após os dois discutirem no prédio. Imagens das câmeras de segurança do edifício mostram o zelador vivo pela última vez quando sai do elevador e não volta mais.

Segundo o publicitário, o idoso bateu a cabeça e morreu durante uma briga entre eles. Martins disse que Jezi ameaçou matar o filho do casal. Em seguida, o réu falou que pegou o corpo do zelador e o colocou em uma mala, seguindo de carro ao litoral. Lá usou um serrote para cortar o cadáver em 17 partes e depois queimá-lo. O homem foi preso em flagrante no dia 2 de junho de 2014 após a polícia investigar o desaparecimento do zelador e encontrar os restos mortais.

Ainda segundo Martins, apesar de as imagens do condomínio mostrarem Ieda o ajudando a carregar a mala com o corpo, o publicitário inocentou a mulher, dizendo que ela não sabia da morte de Jezi ou que ali dentro estava o corpo do zelador.

Ieda também confirmou essa versão de que é inocente e não sabia da morte de Jezi quando foi interrogada.

As versões do publicitário e da advogada não convenceram o promotor Campana. Ele abriu a fase dos debates ainda na noite de terça-feira dizendo por 2h30 aos jurados que a morte de Jezi não foi acidental, mas sim premeditada e que Martins planejou matar o idoso e Ieda o ajudou.

Primo e Cruz, respectivamente advogados de Martins e Ieda, tiveram o mesmo tempo para tentar convencer o júri das alegações dadas por seus clientes.

Os casal também é acusado por outro crime: o assassinato do ex-marido de Ieda no Rio de Janeiro em 2005. O publicitário e a advogada negam, mas eles também serão julgados por esse homicídio.

Apesar disso, Ieda está presa no Rio por causa desse homicídio. Mas por causa do julgamento em São Paulo, ela foi transferida temporariamente a São Paulo para ser interrogada com o publicitário. Martins está detido em Tremembé, interior paulista.

Fonte: G1

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