Advogado acusado de mandar matar sócio vai a Júri Popular

Reprodução / Arquivo Pessoal

José Fernando Cabral

Os três acusados de assassinar o advogado José Fernando Cabral de Lima, em abril de 2018 dentro de uma sala comercial no bairro da Ponta Verde, irão a júri popular. A decisão, assinada pelo juiz da 8ª Vara Criminal da Capital John Silas, foi publicada nesta quinta-feira, 22,  no Diário Eletrônio da Justiça.

De acordo com informações dos autos, o advogado Sinval José Alves, ex-sócio da vítima, é apontado como o autor intelectual do crime. Sinval teria contratado os outros dois acusados, identificados como Irlan Almeida de Jesus e Denisvaldo Bezerra da Silva Filho, para executar José Fernando.

Eles foram indiciados pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Por conta disto, as prisões preventivas foram mantidas pela Justiça

“Sendo os réus levados a júri, aguardamos decisão dos jurados confirmando, para Sinval José Alves, a condição de mandante da morte do ex-sócio no escritório de advocacia e consequentemente a condenação dos executores materiais, além dos danos materiais e morais decorrentes da infração penal”, pontuou o advogado Thiago Pinheiro, que atua na acusação.

Na sentença, o magistrado também enquadrou Irlan e Denisvaldo no crime de roubo praticado contra um funcionário da casa de câmbio onde ficava a sala comercial. Pela denúncia, o profissional foi rendido por ambos e teve o aparelho celular roubado.

“Os elementos de informação angariados no curso do Inquérito Policial, oitiva de testemunhas e reconhecimento pessoal, corroborados na instrução processual, as provas obtidas das medidas cautelares de afastamento de sigilo telefônico deferidas por este Juízo, as imagens obtidas das gravações de vídeo de circuito interno de monitoramento, bem como os interrogatórios dos réus, foram suficientes para gerar neste julgador a convicção da existência de elementos suficientes de autoria, exigidos nessa fase processual”, destacou John Silas.

Entenda o caso

José Fernando foi assassinado dentro de uma loja de câmbio, instalada dentro de uma galeria no bairro da Ponta Verde, no dia 03 de abril do ano passado. Os executores – Irlan Almeida e Denisvaldo Bezerra – chegaram ao local, renderam os funcionários e seguiram para a sala onde os sócios conversavam.

Fernando foi executado na frente do sócio em um suposto assalto. Após investigações, a Polícia Civil descobriu que na realidade a vítima foi assassinada a mando de Sinval por conta de uma dívida de R$600 mil.

Conforme dados repassados à imprensa na época pela Polícia Civil, José Sinval tinha a intenção de matar o sócio há a algum tempo, chegando a procurar um primeiro grupo para executar o plano. Os criminosos em questão teriam cobrado o valor de R$ 50 mil, quantia considerada alta por ele, fazendo com que ele desistisse
momentaneamente da ação.

Um segundo grupo foi contratado e cometeu o crime, segundo combinado, em troca de um valor de R$ 15 mil a R$ 30 mil, pagos a Denisvaldo Bezerra, preso em Maceió, e Irlan Almeida, preso em Salvador (BA). Eles seriam os dois homens que aparecem chegando e fugindo em uma motocicleta do local do crime em imagens gravadas por câmeras da região.

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