Laboratório alagoano diz que origem de óleo pode ser de vazamento de minas do Pré-sal

Lapis / Ufal

O pesquisador Humberto Santos, do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) identificou nessa terça-feira (29) um enorme vazamento de óleo na costa do Nordeste, que pode explicar o surgimento do material químico nos estados de Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco.

O pesquisador analisou imagens do satélite europeu, Sentinel 1A, durante três semanas e constatou que o vazamento possui um formato parecido com uma meia lua, tem cerca de 55 km de extensão e 6 km de largura e está a uma distância de 54 km da costa nordestina.

“Ontem tivemos um grande impacto, pois pela primeira vez, encontramos uma assinatura espacial diferenciada. Ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal”, disse o pesquisador.

Lapis / Ufal

Humberto disse ainda que havia encontrado há mais de dois meses, manchas menores no mar, mas as imagens mostravam óleo já fragmentado, o que impossibilitou a identificação do vazamento.

Para a análise, o pesquisador precisou utilizar técnicas sofisticadas de processamento para que lhe fosse permitido realçar o contraste das manchas de óleo na água.

“É como a montagem de um quebra-cabeça, com peças muito dispersas, que são as manchas muito espalhadas pelas correntezas no Litoral do Nordeste do Brasil, principalmente nas faixas costeiras. De repente, você encontra uma peça-chave, mais lógica, foi o que ocorreu ontem ao encontrar essa imagem. Foi a primeira vez que observamos, para esse caso, uma imagem de satélite que detectou uma faixa da mancha de óleo original, ainda não fragmentada e ainda não carregada pelas correntezas”, explicou.

Lapis / Ufal

Barbosa explicou ainda que, devido a localização do óleo, o surgimento da mancha se dá por algo muito maior do que um derramamento acidental ou proposital, como chegou a ser afirmado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales e o presidente Jair Bolsonaro.

O pesquisador destacou que o padrão é robusto e o levou a hipótese de que a origem do óleo é do vazamento de algum poço de exploração de petróleo. A imagem capturada pelo satélite constatou ainda a presença de três navios no entorno da mancha, o que foi confirmado pela Marinha do Brasil.

O estudo feito pelo Lapis foi entregue à Comissão do Senado que está responsável em acompanhar a poluição do mar.

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