Um mês após resgate, modelo alagoana recusa nova internação e escolhe se recuperar em casa

Eloisa Fontes recebeu uma camisa do Brasil para vestir quando foi resgatada pelos policiais no Cantagalo Foto: Divulgação / Ipanema Presente/ Governo do Estado do Rio

Há exatamente um mês, a modelo Eloisa Pinto Fontes foi resgatada por agentes da Operação Ipanema Presente dentro do Morro do Cantagalo, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Nesse período, a alagoana, de 26 anos, foi internada por 22 dias no Instituto municipal Phillippe Pinel, em Botafogo, recebeu alta e retornou com a mãe, Luciene Fontes, para sua cidade natal, Piranhas, no interior de Alagoas. Depois de passar por uma avaliação com um psiquiatra do projeto Anjos da Paz, que é coordenado pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência de AL, a jovem resolveu recusar uma nova internação e se recuperar em casa. Pelo menos neste momento.

Eloisa está na residência da mãe, medicada e ainda acompanhada por uma equipe de assistente social e psiquiatra do projeto. Caso a alagoana mude de ideia e ainda seja perfil para acolhimento, ela será encaminhada para comunidade de internação do projeto, o Centro de Acolhimento de Dependentes Químicos do município de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas. No local, o tratamento voluntário pode durar até seis meses, com a possibilidade de ser renovado por mais seis meses, de acordo com a necessidade.

“Eloisa passou por nossa equipe de triagem, com psicólogos e assistentes sociais, por consulta com psiquiatra, e todo o processo inicial. Mas, por fim, ela preferiu passar um período com a família e não ir para comunidade acolhedora. Como nosso acolhimento é voluntário, cabe à pessoa querer ir ou não. Neste momento, ela preferiu ficar com a família. Mas está bem e seguimos acompanhando ela e dando suporte no que for necessário”, diz a assessoria do projeto Anjos da Paz.

Cronologia do caso

Eloisa Fontes, de 26 anos, foi encontrada desorientada dentro da comunidade do Cantagalo, na Zona Sul do Rio, no dia 6 de outubro, por agentes da Operação Ipanema Presente. Após ser resgatada, a alagoana foi levada para a base do projeto, na Praça General Osório, onde recebeu apoio social. De lá, ela foi encaminhada para o Instituto Municipal Philippe Pinel, onde passou por uma avaliação psiquiátrica e ficou internada para cuidados com sua saúde mental. Inclusive, foram os policiais que a convenceram a conversar com o médico da instituição.

No dia 9 de outubro, uma conceituada clínica particular da Zona Oeste entrou em contato com Francisco Assis e ofereceu tratamento para a modelo. A decisão sobre a nova internação foi negada e ela permaneceu no Pinel por três semanas até ter a alta médica e voltar para casa.

Antes desse resgate, Eloisa já havia sido internada em agosto no Rio. Sem trabalhos como modelo, a jovem passou a ser vista em comunidades como Cidade de Deus, na Zona Oeste, e Jacarezinho, na Zona Norte, quando também foi resgatada de ambas. Desta última, só saiu em agosto, quando foi internada em um novo surto no Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e em seguida transferida para o Hospital Jurandyr Manfredini, em Curicica. Na época, ela estava com namorado, que conseguiu fazer contato com a família e pediu ajuda a Francisco Assis, único conhecido que tinham no Rio.

Durante o período que ficou desaparecida no Rio, a alagoana sempre carregou consigo uma mochila com documentos, entre eles a carteira de trabalho original, e cartas de referências de fotógrafos internacionais. Ela tentou retomar a carreira no Brasil, mas a pandemia atrapalhou os planos.

Sumiço em Nova York

Em 2019, a jovem já havia sido encontrada vagando nas proximidades de Nova York após cinco dias desaparecida. A modelo chegou ao Rio em Janeiro de 2020, depois de uma temporada de 11 meses de altos e baixos na cidade dos EUA. Recém-contratada pela Marilyn Agency, ela teve um surto em junho de 2019, quando desapareceu por cinco dias. Foi encontrada desorientada numa cidade a 30 minutos de Manhattan. Depois disso, a carreira internacional foi abalada.

Eloisa deixou a pequena cidade de Piranhas, no interior de Alagoas, aos 17 anos, para ser modelo em São Paulo. Lá, conheceu Andrien Vivien Birleanu, que é conhecido no mundo da moda como Andre Birleanu, de 42 anos. Os dois se conheceram em 2012, em São Paulo, e se casaram em 2014. Eles moraram juntos em Londres e tiveram uma filha, atualmente com 7 anos. A menina vive em um lar temporário.

Eloisa sempre evitou falar sobre o seu passado ou abrir sua vida particular. Mãe de uma menina de 7 anos, que vive fora do Brasil, a jovem tem uma tatuagem com o nome da criança num dos dedos.

Por oito anos, a alagoana de 1,80m desfilou nas semanas de moda de Paris e Milão, requisitada por estilistas de peso, como Vivivenne Westwood e Giambattista Valli. Depois, vieram trabalhos para Armani, Armani Exchange, Stella McCartney, Dior e outras marcas. Ela também chegou a estrelar uma campanha da Dolce & Gabbana e desfilou junto com a filha, ainda de colo. Ela também fez capas para revistas conceituadas como “Elle”, “Grazia” e “Glamour”. Eloisa chegou a passar temporadas em Nova York e na Itália.

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