Mãe, feliz dia!

Eu sempre gostei de comercial de TV, gosto mais que dos programas e mais uma vez um deles me chamou a atenção de maneira especial.

O texto da Natura, esse ano, diz: “No começo ela só ficava calma quando estava comigo, dependia de mim pra tudo, mas o tempo passou e agora ela já se vira sozinha, a verdade é que a gente cria as mães para o mundo”.

Me senti representada como filha e como mãe.

Minha mãe ē meu exemplo de temperança e meu filho me fez exercitar esse aprendizado.

Eu sou a caçula de uma família de cinco filhos e provavelmente quando eu nasci, minha mãe já estava treinada para um monte das coisas que iriam acontecer, mas eu gosto de pensar que os cuidados que ela me dedicou eram únicos, especiais para mim.

Por isso fico apreensiva, pensando se fui gentil o suficiente na forma de ensiná-la a ser “uma mãe criada para o mundo”, que me permitiria voar, me deixar seguir sem ela e sem cobranças, em direção ao que acreditava ser minha felicidade.

Ter vivido essa experiência foi essencial na minha maneira de ser mãe, mesmo sendo Pedro filho único.

Ele, melhor que ninguém, sabe que eu me empenhei, ao longo do tempo, em ser “essa mãe criada para o mundo”, ainda que reconheça, sem reservas, que ele é meu bem mais precioso.

Durante muito tempo eu só me acalmava se estivesse ao lado dele e precisei de muitos anos para aprender a me distanciar.

A princípio cobrindo o rosto com uma frauda e dizendo, “cadê ele? Achou”, ou quando o deixava na creche, na escola, ou ainda quando chegou a hora de aceitar que ele vivesse sem minha companhia, até que finalmente, eu já forte o bastante, ele bateu as asas e atravessou o oceano, como tinha que ser…

E hoje amanheci inundada de saudade, sem ela e sem ele, saudade da minha mãe, saudade do meu filho, saudade do que vivi, saudade do que não tive, uma saudade danada, saudade de quase tudo, inclusive do quase nada.

Minha mãe me “acompanha”, lá do outro plano, cada vez que “converso” com ela nas mais variadas ocasiões.

Meu filho, eu tento “acompanhar” pela internet, conversando sobre uma rotina completamente nova, a minha, de saudade; a dele, num mundo que desconheço.

Uma coisa é certa, ambas, minha mãe e eu, acabamos sendo mães cujos braços se esticam para acolher, mas sobretudo, independente do vazio que a partida signifique, se encolhem para junto do coração para permitir que os filhos partam, sem que tenhamos nos transformados em mães âncoras, impedindo o filho amado de seguir rumo ao horizonte.

O tempo passou e agora eu já me viro sozinha, quase posso dizer que já sou uma mãe criada para o mundo.

Mãe, feliz dia! Feliz dia que me tornei mãe.

Da filha e da mãe

 

Fonte: *É articulista

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