‘Essa dor nunca vai diminuir’, diz mãe de menina encontrada estrangulada; pai confessou o crime

Menina de 5 anos foi morta em Guaramirim — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

“Eu sei que essa dor nunca vai diminuir”. É assim que Francieli Beregula tenta explicar algo que ela mesmo classifica como inexplicável. Mãe de uma menina de 5 anos morta em Guaramirim, Norte de Santa Catarina, a mulher de 29 anos ainda revive o último encontro com a filha e o ex-companheiro, que confessou o crime à polícia. Evelyn Vitória Modrok foi encontrada com sinais de estrangulamento no sábado (12) e o pai foi preso.

“Eu sei que essa dor nunca vai diminuir, nunca vai passar, mas eu tenho que tentar por ela porque ela não queria me ver mal”, afirma a mãe.
Ela e o homem de 39 anos estão separados desde janeiro e a menina estava na casa do pai. Eles tinham acordado uma guarda compartilhada, mas nos últimos dias o homem não estaria deixando a mãe ver a menina.

Na sexta-feira (11), noite que antecedeu o assassinato, Francieli foi até a casa do ex-companheiro para ver a filha que estava doente, com febre. “Eu cheguei lá e ela estava muito, muito magrinha, estava doente”, relembra, emocionada.

Após preparar o jantar e dar comida para a filha, a mulher voltou para sua casa. O homem ainda pediu para que ela dormisse no local. No entanto, Francieli preferiu ir para a casa e voltar no dia seguinte. Antes, lembra que se despediu da filha e prometeu que voltaria para fazer o almoço no sábado.

“Eu consegui falar para ela que eu a amava muito”, conta.

Segundo a Polícia Civil, o homem de 39 anos matou a filha por não aceitar a separação. Ele foi autuado em flagrante por homicídio qualificado no dia do crime e chegou a ser hospitalizado com ferimentos provocados por uma faca na região do pescoço e no pulso. No domingo (13), ele foi encaminhado ao Presídio Regional de Jaraguá do Sul, também no Norte do estado.

O pai da criança disse em depoimento à polícia que cometeu o ato utilizando uma camiseta, porque não aguentava mais ver a menina sofrendo com o fim do relacionamento.

“Foi vingança, foi ódio contra mim. Ele falava que amava tanto, que ia cuidar dela, e ele foi lá e acabou com a vida dela só por ódio, para se vingar de mim”, declara a mãe.

O delegado responsável pelo caso, Augusto Brandão, ouviu a mãe na terça (15) e pretende concluir o inquérito ainda esta semana. Ele disse que ainda não é possível confirma a causa da morte da criança e aguarda o laudo elaborado pelo Instituto Geral de Perícias, que deve ser concluído nesta sexta (18).

A casa do pai, onde a menina foi encontrada morta, amigos e familiares fizeram homenagens com cartazes e fotos.

Francieli conta que pôs um fim do relacionamento de cerca de 7 anos com o homem após traições e abusos psicológicos. “Ele era muito grosso sempre me xingando”, relembra. Desde então, estava com um processo para formalizar a guarda compartilhada da menina.

Boletins de ocorrências
Segundo Francieli, quando se separou, o acordo foi que a criança ficaria um dia com cada um. No entanto, após alguns meses o homem teria dificultado que a menina visse a mãe. Alguns boletins foram feitos para tentar resolver a situação pois, segundo a mãe, o pai “sumia” com a menina quando ela tentava contato.

Ela foi orientada a pedir medida protetiva contra o ex-companheiro. A medida foi determinada pela Justiça. No entanto, Francieli disse que decidiu em retirá-la para poder conseguir ver a filha, já que o pai era quem estava com ela e não permitia que a babá fizesse o intermédio.

Na quinta-feira (10), Francieli disse que entrou em contato com o Conselho Tutelar e pediu ajuda. Segundo ela, a instituição orientou que ela fosse até a casa do ex-companheiro para tentar ver a filha e, caso não conseguisse, deveria ligar para a Polícia, mesmo com os boletins já registrados.

Na sexta-feira pela manhã, ela foi até o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) onde era atendida e avisou os funcionários do local sobre as orientações que recebeu. Segundo a mãe, o Conselho Tutelar não foi na casa do pai verificar a situação da criança.

O G1 não conseguiu posicionamento do Conselho Tutelar na tarde desta quinta-feira (17), nem com a defesa do pai da menina. Segundo o delegado responsável pela investigação, em princípio o conselho não deve ser ouvido.

Fonte: G1

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