Uma moradora do distrito de Amandina, em Ivinhema, a 289 quilômetros de Campo Grande, levou um susto neste sábado (11) ao encontrar dentro de um cômodo de sua casa um tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).
Logo depois do encontro, ela acionou a Polícia Militar, que, por sua vez recorreu a unidade da Polícia Militar Ambiental (PMA) da cidade vizinha, Batayporã. Juntos, os militares fizeram a captura do animal com o uso de cambão.
Os policiais acreditam que o tamanduá tenha invadido a residência possivelmente em busca de alimento e abrigo.
Após a captura, o tamanduá foi encaminhado para atendimento de um médico veterinário e como não foram detectados ferimentos ele foi solto em uma área de mata, distante da área urbana do distrito.
O tamanduá-bandeira
O tamanduá-bandeira é uma das espécies mais antigas do planeta. Estima-se que este mamífero exista há 14 milhões de anos e tenha convivido com animais já extintos, como os mamutes, as preguiças-gigantes e os tigres-de-dentes-de-sabre.
Endêmico do Brasil, o tamanduá-bandeira ocorre em quase todo o País, com exceção do Rio Grande do Sul. Segundo o Ibama e a União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o animal está ameaçado devido aos atropelamentos nas estradas e ao convívio com o gado, sendo, muitas vezes, contaminado pelas doenças bovinas.
O tamanduá-bandeira tem pelagem que varia do cinza-escuro ao preto e pode medir até 1,9 metro. Só de focinho, são quase 45 centímetros. O nome “bandeira” remete aos longos pelos da cauda, que chega a 90 centímetros.
Tem hábitos noturnos em ambientes povoados e diurnos em regiões de pouco contato com humanos. O animal, único mamífero que não possui dentes, alimenta-se de formigas e cupins. É capaz de ingerir cerca de 30 mil formigas em um único dia e conta com o faro aguçado para encontrá-las, uma vez que é quase cego.
Os tamanduás são bons nadadores e adoram tomar banho. Atingem a maturidade sexual até os 4 anos de idade, quando se reproduzem entre maio e julho. De uma gestação, que dura aproximadamente 6 meses, nasce geralmente um filhote.
Apesar de parecer indefeso, pode ser feroz para defender seu território. No Brasil, ocorre em campos naturais e no Cerrado, principalmente na região central e na Amazônia. Nas outras regiões é considerado de difícil visualização.