Presidente da CPI quer incluir ministro da CGU no relatório final como ‘prevaricador’

Agência Senado

Omar Aziz, presidente da CPI da Covid no Senado Federal

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), defendeu nesta quarta-feira (15) que o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, seja enquadrado no relatório final da comissão por “prevaricação” diante de supostas irregularidades ocorridas no Ministério da Saúde durante a pandemia.

Segundo o Código Penal brasileiro, o crime de prevaricação se configura quando um funcionário público “retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.

O ministro Wagner Rosário já foi convocado pela CPI, mas ainda não teve a audiência marcada. O G1 procurou a assessoria da CGU a fim de obter a posição do ministro sobre a declaração do presidente da CPI.

Aziz fez a declaração durante depoimento do empresário Marconny Albernaz Ribeiro de Faria, apontado pela CPI como lobista que atuava a favor da empresa Precisa Medicamentos junto ao governo federal.

Em outubro do ano passado, uma operação da CGU e da Polícia Federal realizou busca e apreensão na casa de Marconny Faria e teve acesso a uma série de mensagens do celular do empresário.

De acordo com os senadores, as mensagens indicam que ele tentou fraudar uma licitação com o apoio de Roberto Dias, à época diretor de Logística do Ministério da Saúde. Também teria feito indicações para cargos no governo federal. Um indicado por ele acabou preso preventivamente na mesma operação.

“O Wagner Rosário é um prevaricador. Como é que ele sabia que o Roberto Dias estava operando dentro do ministério e não tomou providência? O senhor Wagner Rosário tem de explicar não são as operações que ele fez — é a omissão dele em relação ao governo federal. O Wagner Rosário, que tinha acesso a essas mensagens desde 27 de outubro, é um prevaricador”, afirmou Omar Aziz.

O ex-diretor Roberto Dias foi exonerado do Ministério da Saúde no final de junho, após o policial militar Luiz Paulo Dominghetti ter denunciado cobrança de propina durante negociação de vacina – Dias nega a acusação.

Aziz disse ainda que “a CGU esteve na casa do doutor Marconny, juntamente com policiais, levaram farto material, mas não tomaram providência. Não tomaram providência com o Roberto Dias. O Roberto Dias continuou lá negociando vacina, pedindo propina”.

“O que ele fez no Amazonas, obrigação. O que ele fez nos outros estados, obrigação. O que o Wagner Rosário, que é servidor público de carreira da Controladoria-Geral da União, não fez, prevaricou. E aí, senador Renan, eu estou exigindo que o nome dele esteja dentro do relatório por ter prevaricado. A função dele é esta: é fiscalizar, é fazer operação”, disse Aziz.

“Essa omissão é imperdoável”, afirmou o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Fonte: G1

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