Marcos, ídolo do Palmeiras, explica ‘não’ ao Arsenal: ‘Eu sou um jacu, gosto de boteco, não sou um cara que nasceu para morar em Londres’

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Em entrevista ao Podpah, o ex-goleiro Marcos, ídolo do Palmeiras, revelou os bastidores de seu “não” ao Arsenal, que tentou contratá-lo em 2002, logo após o “Santo” conquistar a Copa do Mundo com a seleção brasileira.

O arqueiro chegou até a viajar para a capital da Inglaterra e conheceu a estrutura dos Gunners, mas sentiu que não seria feliz no exterior e recusou tudo para voltar ao Brasil.

Dessa forma, ele acabou disputando a Série B com o Verdão ao invés de atuar na Premier League com o Arsenal.

“Sou de uma geração que quando você chegava em um time grande do Brasil, já era demais. Eu gostava de jogar no Palmeiras, tinha a questão do amor envolvido também. Às vezes era muito ruim quando a gente perdia, era muito doído, mas, quando a gente ganhava, era alegria dobrada”, lembrou, falando de seu carinho pelo Alviverde.

“É igual ter uma Ferrari, sabe? É legal ter Ferrari na Itália, mas ter uma no Brasil é mais legal, né (risos)? Eu gostava muito de jogar aqui”, comparou, aos risos.

“Eu viajava com a seleção para fazer alguns jogos (fora do Brasil) e sabia que não ia me adaptar no exterior. Eu sou muito jacu, caipira… Eu gosto de boteco, dessas coisas. Eu não sou um cara que nasceu para morar em Londres. Posso até visitar, dar um rolê de 10, 15 dias, mas eu sou daqui”, salientou.

Marcos também negou que tenha sido reprovado em testes físicos no Arsenal, e rememorou que, em 2002, estava em seu auge no aspecto esportivo.

“Hoje em dia o pessoal fala que não passei nos testes, mas, nesse ano que quase fui pro Arsenal, era quando o Palmeiras estava na Série B. Foi o ano que mais joguei! Não tive nenhum problema físico, estava voando”, assegurou.

“Mas eu senti que não ia ser feliz lá. Eu pensava que até ia ganhar um dinheiro bom, mas minha vida ia ser ruim. E não tinha a possibilidade de levar amigos e família, igual o pessoal faz hoje. Você ia sozinho, ficava um tempo lá, os caras te achavam uma cara, isso sem eu falar p*** nenhuma (de inglês)”, relatou.

“Eu fui tomar um café um dia lá (em Londres) e era R$ 70 o negócio. Eu tomo café popular. Falei: ‘Não vou fazer um café nunca nessa p*** aqui’ (risos)”, brincou.

O ex-goleiro admitiu que muitos ficaram perplexos com sua decisão de dizer “não” aos Gunners, e revelou que até a maior torcida organizada do Palmeiras lhe recomendou que aceitasse a proposta dos ingleses.

“O Palmeiras estava na Série B. É f*** você ficar beijando a camisa de um time a vida inteira, dizendo que o ama, e na primeira oportunidade você pega e vai embora. Eu sabia que o Palmeiras ia ter dificuldades naquele ano. Liguei para o meu pai de madrugada e ele falou: ‘Você não é feliz aqui? Você ganha bem aqui, pra que vai sair? Faça o que o seu coração mandar’. Aí já pensei: ‘Dizem que goleiro é louco, né? Então que se f***, vou ficar no Palmeiras e jogar a Série B'”, contou.

“Até o pessoal da Mancha (Alvi Verde) fez uma reunião comigo e falou para eu ir embora, que merecia jogar num time melhor. Eu falei pra eles: ‘Vou ficar e nós vamos subir essa p*** aí de volta pra Série A’. Acho que até por isso tem esse reconhecimento deles, de falarem que eu sou o maior da história. Não por eu ter sido o melhor, mas por ter feito o que eu fiz num momento de muita dificuldade do clube”, encerrou.

Fonte: ESPN

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