Exame revela fraturas antigas e indica que Kauã vinha sofrendo maus-tratos

Legista afirma também que não há como apontar data exata da morte, mas que há incosistências no período indicado e o estado em que o corpo foi achado

A Polícia Cientifica de Alagoas confirmou nesta sexta-feira, 29, que os exames cadávericos realizados nos restos mortais do menino Márcio Kauã Ferreira Acioli, encontrados ontem (28) em uma região de mata no Complexo Benedito Bentes, parte alta de Maceió, reveleram que a criança de dois anos possuía fraturas antigas e vinha sofrendo maus-tratos.

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O laudo do exame cadavérico realizado pelo perito médico legista Kleber Santana, apontou morte por traumatismo crânio encefálico.

“Durante o exame encontrei uma fratura no osso occipital do crânio causada por um instrumento contundente, cuja investigações deverão apurar que tipo de instrumento é esse. Outro fato que constatamos no exame cadavérico, foi a localização de fraturas antigas consolidadas em três costelas, o que confirma que a criança vinha sofrendo maus-tratos”, afirmou Kleber Santana.

Segundo informações do Instituto de Criminalística, os ossos estavam concentrados em uma única área e cobertos por uma vegetação. A perita criminal Larissa Rachel Martins também encontrou as roupinhas que o menino usava na data que supostamente havia sido sequestrado e que estava desaparecido, dia 18 de abril.

Decomposição do corpo

Sobre a esqueletização total do corpo, o perito médico legista explicou que não há como definir uma data exata da morte. Mas, que dentro das condições em que ele foi desovado, coberto por vegetação, ao relento, sobre condições temporais adversas como sol e chuva, pode haver uma aceleração da decomposição, mas que 10 dias seriam pouco tempo para esse resultado.

O responsável pela morte e ocultação do cadáver foi quem levou os policiais civis até ao local onde ele desovou o corpo do menino.

Exame de DNA

Já em relação a liberação da ossada para sepultamento, a perita odontolegista Dra. Ana Paula Cavalcante Carneiro Nemésio, responsável pelo Departamento de Identificação Humana do IML, explicou que a liberação só será possível após realização de exame de DNA.

O exame – obrigatório tendo-se em vista questões técnico-científicas e legais em relação a liberação de cadáveres vítimas de violência – servirá para identificar oficialmente a ossada encontrada e determinar se de fato pertende ao menino de 2 anos e 10 meses que estava desaparecido.

O menino não possuía registro de nascimento, o que só foi feito agora.

“Isso ocorre, tanto pelo estado em que o corpo foi encontrado, bem como pelo fato de que crianças nesta faixa etária geralmente não apresentam registros dentários ou de impressões digitais para que a equipe possa realizar outros exames de identificação, como o odontolegal e a necropapiloscopia. Os exames antropológicos também ficam limitados uma vez que, em crianças, ainda não há diferenciação sexual perceptível ao exame dos ossos,” afirmou a odontolegista.

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