IML confirma que transexual encontrada morta não foi estuprada, nem vítima de tortura

Causa da morte foi asfixia por afogamento, indicou o exame cadavérico

Reprodução

Corpo encontrado na Praia da Avenida seria da jovem trans Larah

O Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima (IML de Maceió) confirmou nesta segunda-feira, 23, qual foi a causa da morte da transexual Larah Skalwalker, de 26 anos. Seu corpo foi encontrado ontem (22) em um trecho da praia da Avenida, no bairro de Jaraguá, na Capital Alagoana.

De acordo com a perita médica legista Claúdia Chroniaris, responsável pelo exame cadavérico, a mulher trans foi vítima de asfixia por afogamento. Ela confirmou também que não foram identificados sinais de violência sexual, e nem de tortura, como chegou a ser cogitado inicialmente.

O resultado do exame já foi comunicado a delegacia que iniciou as investigações sobre o caso e o laudo completo com todos os dados serão também encaminhados para a Polícia Civil.

O corpo foi liberado para sepultamento, após a identificação oficial pelo exame de necropapiloscopia. Larah entra para as estatísticas do Movimento LGBTQIA+ como a sétima vítima do ano neste primeiro semestre.

OAB cobra apuração

A Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) enviou ofícios, nesta segunda-feira (23), para a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual, cobrando a apuração da morte de Larah Skalwalker.

Nos ofícios enviados, o presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Gênero da OAB/AL, Marcus Vanconcelos, expressa “profundo pesar e indignação” e ressalta que, “diante de todos os sinais de violência encontrados, presenciamos mais uma possível vítima de transfobia, em um mês cujo enredo é pelo seu combate”.

Além de cobrar a apuração do caso, a Comissão pede para que a Polícia Civil adote medidas urgentes para que sejam identificados os envolvidos. “Casos como esse demonstram o constante perigo para a comunidade LGBTQIA+ em nosso estado e o receio pelo qual a comunidade passa, por temer por sua própria existência”, acrescenta.

De acordo com Marcus Vasconcelos, a Comissão da Diversidade Sexual e Gênero da OAB/AL está à disposição dos familiares e de amigos da vítima. “Infelizmente grande parte da comunidade LGBTQIA+, principalmente as mulheres travestis e transexuais, são obrigadas a levar uma vida de privação de direitos e de total exclusão da sociedade, circunstâncias que acabam por dificultar as investigações em casos de violência. Seria muito importante que os familiares se apresentassem e colaborassem com as investigações”, destaca.

Outra forma de colaborar com o caso, de acordo com Marcus Vasconcelos, é através dos canais oficiais de comunicação da polícia. “Se alguém testemunhou o caso ou tem alguma informação que possa contribuir com a solução do crime, basta entrar em contato, de forma anônima, com a Polícia Civil por meio do Disque Denúncia, que tem como número o 181”, conclui.

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