A pedido da Justiça, o Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC) agendou, para 12 de dezembro, um exame pericial com psiquiatras para o procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, que agrediu a chefe Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39, durante expediente na Prefeitura de Registro, no interior paulista, em 20 de junho deste ano. Atualmente, Demétrius está preso na Penitenciária de Tremembé (SP).
O resultado do laudo será encaminhado ao juiz que, com o resultado, dará sequência ao julgamento e encaminhamento do promotor. A defesa de Demétrius alega que o cliente sofre de esquizofrenia paranoide e dever ser internado em um hospital psiquiátrico.
Nos últimos meses, Demétrius causou uma série de tumultos dentro na penitenciária, como ter se recusado a ficar na cela, quebrado a porta com o estrado da cama e destruído a pia da cela de isolamento.
Em todos os casos foram abertas sindicâncias para investigar de mau comportamento do detento e, com base em documento obtido pelo g1 neste domingo (27), Demétrius foi absolvido nos oito processos pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).
Ao g1, o advogado de defesa de Demétrius, Marco Antônio Modesto, afirmou que a absolvição ocorreu em virtude da inimputabilidade [ele não teria discernimento do que estava fazendo]. “Houve o depoimento do médico psiquiatra da unidade prisional, que trabalha para a SAP, muito esclarecedor, informando que Demétrius encontra-se em surto psicótico”.
Segundo Modesto, foram instauradas oito sindicâncias em menos de dois meses e, na apuração, foi ouvido o psiquiatra Leandro Camile Santos Gavinier, em 9 de novembro, que constatou que o quadro clínico de Demétrius é um processo de esquizofrenia paranoide.
O depoimento de Leandro é semelhante ao laudo elaborado pelo psiquiatra forense Guido Palomba, contratado pela defesa do réu.
O g1 obteve acesso ao parecer final do diretor-geral da Penitenciária de Tremembé em relação as oito sindicâncias que foram instauradas e que ele foi absolvido: falta de cortesia frente a qualquer pessoa que venha a relacionar-se; perturbar a jornada de trabalho ou a realização de tarefas; desobediência à ordem de servidor; mostrar displicência no cumprimento do sinal convencional de recolhimento ou formação.
Além disso, as sindicâncias instauradas também eram relacionadas à prática de crime doloso com danos ao patrimônio público; desrespeito ao servidor; subversão à ordem e à disciplina; atuar de maneira inconveniente; praticar autolesão ou greve de fome isolada como atos de rebeldia; destruir objetos de uso pessoal fornecidos pela unidade prisional.
Relembre o caso
A procuradora-geral do município de Registro, no interior de São Paulo, foi agredida pelo colega dentro da prefeitura, onde os dois trabalhavam. Gabriela Samadello Monteiro de Barro ficou com o rosto ensanguentado após levar socos e pontapés.
A ação foi filmada por outra funcionária do setor. As imagens mostram o também procurador Demétrius Oliveira Macedo espancando a vítima. Ele foi preso dias depois, na manhã de 23 de junho, em São Paulo. A Justiça havia determinado a detenção dele no dia anterior.
Durante o ato criminoso, ele a xinga diversas vezes e, inclusive, empurra demais profissionais que tentam impedir os golpes.