Reprodução simulada de ação policial que deixou gari baleado segue sem data para acontecer

Ação deveria ter acontecido nessa quarta-feira (29), mas foi cancelada devido ao mau tempo. Polícia Científica emitiu esclarecimentos

Reprodução / Redes Sociais

Familiares e amigos alegam que Walquides Santos, conhecido como Everton, foi preso injustamente

Após o cancelamento da reprodução simulada do caso do gari Walquides Santos da Silva, conhecido como Everton, que seria realizada nessa quarta-feira (29), na Vila Emater, em Jacarecica, a Polícia Científica do Estado de Alagoas, por meio do Instituto de Criminalística, esclareceu pontos importantes no processo da ação.

Em nota, a instituição explicou que após ser determinada a realização da reprodução simulada por parte da Justiça, ainda em 2022, a Chefia de Pericias Externas designou um perito criminal para realizar o referido exame pericial, mas este pediu suspeição, conforme prevê o Inciso II do Art. 148 do CPC, tendo o referido exame voltado para o cronograma de reproduções simuladas, aguardando a designação de um outro(a) perito(a).

Tempos depois, uma nova perita criminal foi designada para o caso, porém, como a atividade pericial é um procedimento demorado, que requer uma leitura minuciosa dos autos do processo, um planejamento complexo das ações que serão desenvolvidas no local para responder os requisitos das solicitações desse tipo de exame, além de esbarrar na dificuldade de escolha de uma data em que todos os agentes envolvidos possam participar (equipes da Polícia Civil, vítimas, testemunhas, suspeitos, advogados de defesa e acusação, e em alguns casos representantes do Ministério Público), a data escolhida foi a de ontem, que, por motivos climáticos, não pôde acontecer.

Lembre o Caso

gari Walquides Santos da Silva, 26 anos, segundo seus familiares, foi baleado pelas costas injustamente durante uma ação da PM na Vila Emater, no dia 13 de Janeiro de 2022, quando chegava em casa.

Os PMs da Rocam o teriam confundido com um traficante e não teriam sequer oferecido socorro. Ele foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE) para onde foi socorrido e foi submetido a cirurgia no intestino. Lá, ele ficou algemado e deveria ser encaminhado ao presídio quando tivesse alta médica, já que um dia após a prisão, a polícia abriu um processo contra o rapaz, que foi acusado de tráfico de drogas. Porém a Justiça de Alagoas, por meio do juiz Antônio José Bittencourt Araújo, concedeu liberdade provisória ao gari, no dia 28 de janeiro, após 15 dias de internamento, mesmo dia em que ele recebeu alta médica.

Familiares do gari realizaram protestos por não estarem conseguindo visitá-lo na unidade médica.

À época, a família decidiu que o jovem não voltaria mais para a comunidade onde morava, já que familiares e amigos relataram terem sido ameaçados por policiais.

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Gari baleado em ação da PM recebe alta, mas decide não voltar para casa por medo

A Polícia Científica pontuou ainda que o órgão enfrenta dificuldades enquanto a falta de equipes para a realização desse tipo de atividade. Dificuldade a qual a Polícia Científica espera resolver com a finalização do concurso em andamento, previsto para o segundo semestre deste ano.

E que mesmo diante de tal dificuldade, desde outubro do ano passado, a Chefia do Instituto de Criminalística vem se dedicando e trabalhando arduamente para acabar com a fila de pendencias das reproduções simuladas, tendo realizado neste espaço de tempo cinco reproduções simuladas.

Ainda não há uma nova data marcada para a reprodução simulada do caso do gari Walquides Santos, mas quando ela for estipulada, será dada ampla divulgação.

Em entrevista à TV Pajuçara o advogado de Walquides, Gualter Baltazar, explicou que seu cliente ficou quase 1 ano afastado do trabalho se recuperando das consequências da cirurgia para retirada da bala e que retornou às suas atividades recentemente, mas em função diferente, que exige menos esforço, já que ele ainda sente dores, não pode fazer todos os movimentos e continua abalado e com medo.

Na mesma reportagem, um irmão da vítima disse que teria sofrido ameaças por policiais militares da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (ROTAM).

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