Empresário que atropelou e matou PM em Arapiraca se entrega à Polícia

Havia contra ele, desde a última quinta-feira (19), mandado de prisão temporária expedido pela Justiça

Reprodução

Cibelly fazia ciclismo com seu noivo quando foi atropelada por um caminhonete em alta velocidade

O empresário que atropelou um casal de policiais militares em Arapiraca, causando a morte da soldado Cibelly Barbosa Soares, de 31 anos, e deixou gravemente ferido o seu noivo, também militar Gheymison Nascimento, se entregou hoje, 24, à polícia.

Desde a última quinta-feira (19), havia contra ele um mandado de prisão temporária expedido pela 5ª Vara Criminal de Arapiraca e assinado pelo magistrado Alberto de Almeida. A decisão foi emitida um dia após o empresário se apresentar às autoridades para dar a sua versão sobre os fatos e teria por finalidade a colheita de provas e o bom andamento das investigações, que poderia ser atrapalhada pela influência que o suspeito em questão poderia exercer sobre possíveis testemunhas.

A prisão realizada hoje foi confirmada pela assessoria da Polícia Civil que informou que ele se apresentou na Central de Polícia Civil do município. Contudo, não há ainda outros detalhes de para onde ele será encaminhado.

O delegado responsável pelo caso gravou vídeo falando sobre a prisão:

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Já a defesa do empresário, emitiu nota negando que ele estivesse foragido desde a emissão da medida cautelar e explicou que o período foi utilizado para negociar com a polícia os detalhes da apresentação e outras questões que tratavam da segurança do indivíduo. Leia a nota na íntegra:

Nota esclarecimento

A defesa do empresário Edson Lopes informa que ele se entregou às autoridades nesta terça-feira (24), em Arapiraca. Ao contrário do que foi divulgado na imprensa e redes sociais, Lopes não estava foragido e se encontrava à disposição da Justiça desde a última quinta-feira (19). Entretanto, a defesa do empresário e polícia negociavam detalhes da apresentação que, entre outras questões, tratavam da segurança de Edson Lopes.

O caso

Na tarde do sábado, 14 de Outubro, o casal de militares foi atropelado quando praticava ciclismo em um trecho da rodovia AL-220, nas imediações do Sítio Bom Jardim, na zona rural da cidade de Arapiraca, no agreste alagoano.

Ambos foram socorridos, mas a soldado Cibelly faleceu em seguida. Seu noivo Gheymison recebeu alta médica nessa segunda-feira (23), quando foi homenageado por colegas de farda.

A caminhonete preta que atropelou os policiais estava sendo conduzida por um empresário local que, segundo testemunhas, não permaneceu no local para prestar socorro às vítimas.

O homem foi procurado desde o dia do acidente, mas só se apresentou às autoridades policiais no dia 18 de Outubro, após ter sido identificado pela investigação. Na Delegacia Regional de Arapiraca, acompanhado de seu advogado, prestou depoimento e foi liberado.

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Na ocasião ele disse às autoridades policiais que não tinha ingerido bebida alcoólica, uma das hipóteses levantadas. E chegou a destacar ainda que desenvolvia velocidade “regular” e não teria visto os ciclistas, uma vez que eles transitavam na faixa de rolamento e ele teria tido visão obstruída por outro veículo.

No mesmo dia a população da cidade realizou protestos contra o empresário.

A soldado Cibelly foi incorporada à instituição em 2020 e era professora no Colégio da Polícia Militar de Arapiraca. Ela foi enterrada sob forte comoção, um dia após o acidente.

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