Brasileiro acusado de matar esposa no Japão diz que também assassinou filha porque ‘sem mãe seria muito triste’

Manami Aramaki, esposa de Anderson, brasileiro preso após ficar quase um ano foragido — Foto: Reprodução

Investigações da polícia japonesa indicam que o brasileiro Anderson Barbosa, acusado de matar a esposa e a filha do casal, revelou a um amigo ser o responsável pelas duas mortes.

Inicialmente, conforme as investigações, Anderson só dizia ter matado a esposa. As mortes foram em 2022.

“Bati na esposa e acabei matando. Sem mãe seria muito triste e acabei matando a filha também”, afirmou o homem, de acordo com o documento.
Segundo o inquérito japonês, a frase foi dita por ele em uma ligação a um amigo no dia 22 de agosto de 2022, dois dias antes das vítimas serem encontradas mortas dentro do apartamento da família.

Natural de Londrina, no norte do Paraná, Anderson é acusado de assassinar a facadas Manami Aramaki, de 29 anos e a filha Lily, de 3 anos. Ele está preso preventivamente desde julho de 2023.

No Brasil, Anderson é réu pelas mortes e responde por homicídio duplamente qualificado. A denúncia contra ele foi oferecida pelo Ministério Púbico Federal (MPF) e aceita pela Justiça. Simultaneamente, a investigação policial japonesa, agora concluída, continuava tramitando contra o homem.

Em nota, a defesa de Anderson afirmou que o relatório é “incompleto, sem tradução integral e oficial dos fatos, e não pode servir de base para apontar adequadamente a dinâmica dos fatos”.

Receio de divórcio motivou o crime, segundo polícia
Segundo a investigação, a motivação para o crime foi o fato de Anderson ter medo que a esposa Manami pedisse o divórcio e ele perdesse o Certificado de Residência no Japão, documento que autorizava a permanência dele no país.

A polícia apurou que Manami enviava mensagens a amigos falando que queria se separar de Anderson.

Dias antes dos crimes, eles brigaram, de acordo com a polícia japonesa.

O caso:

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As mortes
Segundo a investigação, Anderson primeiramente matou Manami e depois, Lilly. As duas foram assassinadas a facadas.

Em mensagens trocadas com uma amiga, Anderson disse ter assassinado a esposa, mas negava ter matado a filha. Na conversa, o homem disse que Manami havia assassinado a filha e, por conta disso, ele a matou.

Estas mensagens compuseram o inquérito da Polícia Federal (PF) no Brasil e foram usadas pelo MPF na denúncia contra ele.

Agora, as investigações japonesas indicam que “seria impossível que Manami tivesse assassinado Lilly”, porque a mulher foi esfaqueada antes da criança.

Fuga e nome na lista da Interpol
As vítimas foram achadas mortas dentro do apartamento da família em 24 de agosto de 2022, conforme divulgado pelas autoridades japonesas.

Na época, o advogado de Barbosa disse que o homem encontrou a esposa e a filha mortas após chegar do trabalho e fugiu do Japão por medo.

De acordo com a imprensa japonesa, dias antes da morte da esposa e da filha, Anderson pediu dispensa de duas semanas do trabalho. Desde então, ele não foi mais visto.

Em novembro de 2022, a polícia japonesa cumpriu agenda no Brasil para discutir a investigação. Na ocasião, Barbosa ainda não tinha sido preso e era procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Ele foi encontrado quase um ano após o crime, em São Paulo.

Por meio de um acordo de cooperação jurídica internacional, foi determinado que o homem deveria ficar preso no Brasil e ser julgado pela Justiça Federal.

Fonte: g1

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