Coordenador-geral de seleções entre 2015 e 2016 da CBF, Gilmar Rinaldi, ex-goleiro de clubes como Internacional, Flamengo e São Paulo, concedeu entrevista ao canal “Benja me Mucho”, de Benjamin Back, no Youtube, e contou que ajudou a vetar que Jorge Sampaoli se tornasse treinador da seleção brasileira.
De acordo com o ex-dirigente, o fato ocorreu durante as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018. Na oportunidade, o time dirigido por Dunga arrancou um empate por 2 a 2 com o Paraguai, no dia 26 de março de 2016, e deixou a zona de classificação para o Mundial.
O resultado gerou forte pressão em Marco Polo Del Nero, então presidente da CBF, que telefonou para Gilmar para discutir a respeito de um substituto para Dunga. Na entrevista, o ex-goleiro contou detalhes da conversa que teve com o ex-mandatário.
“Eu fui para casa, estava em Ilhabela com amigos. O Marco Polo (Del Nero) me ligou e falou que a pressão estava muito grande e que, por coincidência, um cara estava falando que o Sampaoli estava à disposição, estava até esperando telefonema se fosse possível…”
“Eu pedi para pensar um pouco, ele disse que sabia que o Dunga era meu amigo, mas eu falei para ele: ‘presidente, não tem nada de amigo’. Três horas depois eu liguei para ele e disse que não achava que tecnicamente era hora de mudar. Falei que era importante aprender a sofrer e apanhar para não passar por isso na Copa”.
“Eu falei para ele: ‘no momento, eu acho que dá, mas se o senhor está tão pressionado, eu posso concordar com a mudança, mas jamais o Sampaoli. Se o senhor quer colocar alguém, coloca o Tite. Senão nós vamos apanhar mais dois anos e não vamos conseguir trabalhar’”.
“Depois disso, eu fiquei sabendo que o Sampaoli estava na casa do Neymar pai, em Barcelona, dentro da casa dele. Uns amigos meus que estavam lá me falavam: ‘Abre o olho que tem coisa acontecendo’. Aí que eu falei para o presidente: ‘De jeito nenhum, esse cara não pode ser nosso treinador’”.
Na oportunidade, com o nome de Sampaoli vetado por Gilmar, a CBF seguiu com Dunga à frente da seleção até o dia 14 de junho, quando anunciou a saída do capitão do tetracampeonato, em 1994. Seis dias depois, a entidade máxima do futebol brasileiro anunciou a contratação de Tite, que estava no Corinthians.
“Eu contei essa história para o Tite…falei para ele: ‘Quando eu falei o seu nome na reunião, uma pessoa (Del Nero) do meu lado disse: ‘Não, esse nome nem pensar. Vamos ficar um pouco mais com o Dunga. Aí eu e o Dunga saímos e entrou o Tite…”.
