Colombiano que matou namorada e foi preso em Alagoas é extraditado

Extradição foi autorizada pelo STF em abril de 2023. Jaime Saade foi condenado por estuprar e matar a namorada, Nancy Mestre, em 1994. A prisão dele ocorreu em Maio de 2023, na cidade de Marechal Deodoro

O colombiano Jaime Saade, preso por estuprar e matar a namorada, Nancy Mestre, em 1994, na Colômbia, e preso em Maio de 2023, no município de Marechal Deodoro, em Alagoas, foi extraditado nesta quinta-feira (11) pela Polícia Federal (PF). As informações são do g1 Minas Gerais.

Segundo a publicação do portal mineiro, o embarque foi nesta manhã no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande BH. Ele fez o check-in às 5h e passou pelo controle migratório.

Nancy Mariana (esq) foi morta por Jaime Saade (dir), na Colômbia, em 1994 — Foto: Redes sociais

Saade foi julgado e condenado a 27 anos da prisão, mas conseguiu fugir para o Brasil, onde mudou de nome, arrumou emprego, constituiu família e ficou escondido por anos.

Saade foi encontrado graças a uma investigação feita pelo pai da vítima, que nunca desistiu de encontrá-lo.

Em nota, o advogado Fernando Gomes de Oliveira informou que “está ciente dos procedimentos adotados pelas autoridades brasileiras e colombianas para o envio do extraditando ao Estado requerente” e “entende ter havido clara violação à Constituição Federal e aos direitos humanos do extraditando, considerando, sobretudo, que os fatos que ensejaram o ajuizamento do processo de envio prescreveram há anos”.

Prisão em Alagoas

De acordo com a Polícia Federal (PF), Saade foi encontrado em uma pousada no município de Marechal Deodoro no dia 1º de Maio de 2023 e tentou correr quando viu os agentes, mas foi cercado e não ofereceu resistência.

Após ser localizado, ele foi encaminhado para a Superintendência da PF em Maceió e transferido para a capital mineira no dia seguinte, onde ficou à disposição da Justiça, inicialmente na sede da Polícia Federal no estado de Minas Gerais.

Depois ele foi transferido para o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estava até agora.

Toda a ação que culminou na captura do foragido, foi executada, de forma sigilosa, por uma equipe policial de Belo Horizonte, que veio até Alagoas e contou com o apoio dos agentes lotados aqui, após ele ter sido visto em Igarapé, região metropolitana da Capital mineira, e seu rastro foi seguido no novo esconderijo.

A prisão foi realizada pelo Núcleo de Cooperação Internacional da PF-MG, com o apoio de policiais da inteligência da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Antes disso, em 2020, Saade havia sido localizado em Belo Horizonte, mas recebeu um alvará de soltura na época.

Processo de extradição

No dia 18 de abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição de Jaime Henrique Saade Corman, assassino de Nancy Mestre, que foi estuprada e morta aos 18 anos, na Colômbia, em 1994.

O criminoso fugiu para o Brasil e assumiu uma nova identidade. Foi o pai da vítima, Martín Mestre, quem investigou e descobriu o paradeiro do criminoso.

O caso ganhou destaque na imprensa do país e, mesmo foragido, em 1996, Jaime foi condenado pela justiça colombiana a 27 anos de prisão por homicídio e estupro.

Martín contratou detetives, fez cursos de investigação e criou perfis falsos em redes sociais para se aproximar de parentes de Jaime Saade. Em uma das conversas, ele descobriu que Jaime tinha um parente que vivia no Brasil. A partir daí, redirecionou a investigação e localizou o criminoso em Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Em janeiro de 2020, o colombiano foi preso na capital mineira, 24 anos depois de ter sido condenado em seu país natal.

Porém, ele ficou na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, por apenas nove meses. Ele foi libertado depois de receber alvará de soltura com revogação da prisão preventiva, expedido pela Justiça Federal.

Em 2020, um pedido de extradição do governo colombiano foi negado pelo STF. Houve um empate entre os ministros e, nesses casos, o resultado é favorável ao réu.

O pai de Nancy recorreu e, de forma inédita, o caso foi julgado de novo neste ano pelo tribunal. Desta vez, com decisão favorável à extradição.

A morte de Nancy

Nancy tinha 18 anos quando conheceu Jaime, 13 anos mais velho, e namoraram por pouco tempo. O crime foi na noite de réveillon. A jovem passou a virada do ano em casa com os pais e o irmão. Depois, saiu para encontrar o namorado e não voltou. No dia seguinte, Martín soube que a filha estava internada numa clínica com um ferimento de bala na cabeça. Ela morreu oito dias depois e Jaime desapareceu.

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