Hospital emite nota sobre acusação de negligência contra bebê cardiopata

O paciente veio a óbito às 19h da última terça-feira.

Nota à imprensa

O paciente Antony Jarbas Daniel Bomfim Batista recebeu integral atendimento médico-hospitalar nas dependências de hospital, não lhe sendo obstado quaisquer recursos assistenciais, profissionais e estruturais.

Mesmo em cumprimento de carência contratual, vez que contava com apenas 50 dias de plano, enquanto o prazo de carência para internação seria de 180 dias, o paciente recebeu, em seu primeiro atendimento hospitalar, a assistência necessária à estabilização de seu quadro clínico, em conformidade com a Resolução nº. 13 do Conselho de Saúde Suplementar e regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.

Ocorre que, devido à carência, após apresentar estado estável, o paciente foi encaminhado, em ambulância própria, para o Hospital Geral (HGE), com o devido acompanhamento de equipe médica, restando assegurado que as condições para recebê-lo estivessem adequadas ao seu quadro clínico, tudo em obediência aos termos da norma acima mencionada.

Na última quinta-feira, em atendimento à decisão judicial, o paciente retornou à unidade hospitalar oriundo do Hospital Geral (HGE), também em ambulância da unidade, sendo prontamente acolhido, apresentando diagnóstico de cardiopatia grave. Foram mantidas as medicações prescritas, inclusive antibiótico para esta patologia, tendo permanecido o paciente em quadro estável.

Na sexta-feira, o paciente recebeu consulta cardiológica, iniciando quadro febril neste mesmo dia. No domingo, após a repetição de exames, o paciente apresentou sinal de melhora. Porém, na terça-feira, como mantinha febre, foram realizados novos exames. Durante a tarde, o paciente apresentou crise convulsiva, sendo encaminhado para UTI Pediátrica.

Na UTI, foram tomadas todas as medidas necessárias ao tratamento do paciente, contudo este evoluiu com diminuição da frequência cardíaca e parada cardiorrespiratória, quando foi submetido aos processos de reanimação por mais de 40 minutos e entubação, sem melhora do quadro. O paciente veio a óbito às 19h da última terça-feira, mesmo após todos os esforços empenhados. Apesar de compadecer com a dor dos familiares, a operadora tem total convicção de que todo o tratamento necessário ao paciente Antony foi ofertado, não lhe sendo negligenciado qualquer tipo de assistência.

Relembre o caso

Antony Jarbas, de apenas 8 meses, teve febre alta e durante duas semanas a mão do bebê procurou o Hospital Hapvida. “Os familiares falaram que durante esse tempo, a criança era levada todos os dias ao hospital. Na emergência o bebê era atendido, medicado e liberado. Não havia, segundo a família, atendimento e tratamento adequado”, relatou a defensora pública Norma Negrão.

Ainda segundo o relato da família à defensora pública, após várias idas ao Hospital Hapvida e não havendo melhoras, a família decidiu levar Antony ao Hospital Geral do Estado, onde foi detectado que a criança estava com Cardiopatia Infecciosa. “Segundo o que os familiares relataram, os médicos do HGE informaram que o quadro da criança teria agravado por falta de tratamento adequado. A criança foi internada, iniciou o tratamento e apresentou melhora”, contou a defensora.

A partir deste momento recomeçou a saga da família de Antony Jarbas, que queria que a criança fosse transferida para o Hospital Hapvida, já que pagavam pelo plano de saúde e queriam mais conforto para o bebê e o acompanhante. Os familiares voltaram a procurar a defensoria, alegando que o plano não queria aceitar a internação porque o plano ainda estava em período de carência.

Quadro se agrava até a morte
Já internada no Hapvida, segundo os relatos da mãe à defensora, a criança passou a não responder ao tratamento e o quadro de saúde regrediu. Segundo Paula Bonfim, mãe do bebê, os medicamentos não eram ministrados nos horários corretos e a dose aplicada na criança era maior, o levando a morte. Ainda emocionada, a mãe relatou os momentos de agonia.

“Ele foi piorando muito. Por volta das 13h30 de ontem [30], meu filho começou a ter convulsões, procuramos os médicos e ninguém aparecia. Um médico chegou a ir ao quarto e disse que aquilo era normal. Às 18h ele foi levado para a UTI, isso porque os pacientes começaram a gritar falando que meu filho estava morrendo. Assim, por volta das 19h, eu entrei na UTI e senti que ele deu o último suspiro quando eu peguei na mão dele. Eu sabia que ele tinha morrido. Fui procurar a médica e ela disse que estava tudo bem e que iria realizar um procedimento, mas ele já estava morto”, relatou a mãe da criança.

Investigação Policial
Diante do caso, a defensora Norma Negrão pediu que fosse feita a autópsia para saber as causas da morte. “Agora vão apurar as responsabilidades e saber se houve imperícia. Qualquer plano de saúde tem o dever de garantir assistência médica. Se foi negligência, vai ser apurado. Vai ser aberto um processo para buscar reparação à família e apurar a morte da criança, se poderia ter sido evitado ou não. Estamos trabalhando juntos com o delegado Carlos Reis para abrir um processo criminal. Não é a primeira que recebo reclamação do Hospital Hapvida. Vou informar o caso a Agência Nacional de Saúde", disse a defensora.

O sepultamento de Antony Jarbas será no cemitério São Lucas, no Tabuleiro. O horário ainda não foi definido.

Emocionada, a mãe do bebê pede justiça. “Quero justiça. Quero que feche aquilo. Lá não é um hospital e ainda vão tirar muitas vidas. O interesse lá é só por dinheiro”, declarou a mãe, acrescentando que pagava por mês R$ 195 reais de plano.

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