Sensível ao crescimento do uso de drogas pela população, o Poder Judiciário alagoano deu início, nesta quinta-feira (13), na sede da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), ao I Seminário de Prevenção às Drogas. O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador José Carlos Malta Marques, destacou, em seu discurso, a preocupação da Justiça em diminuir os danos causados pela causa da dependência química.
“Esse seminário consiste numa pequena contribuição do Poder Judiciário no combate nos casos já concretizados, mas e principalmente, numa política pública de prevenção por meio de esclarecimento sobre o uso de drogas. Há no Judiciário a preocupação com o vício em nosso meio social”, frisou José Carlos Malta.
O desembargador presidente destacou ainda que as constatações sobre o consumo de drogas são, na maioria das vezes, superficiais e que a magistratura e a sociedade em geral pode tomar providências para ajudar na prevenção e na recuperação dos dependentes químicos. “Agradeço aos magistrados, que estão aqui em número bastante significativo, aos envolvidos e os participantes que demonstram interesse na política de prevenção de drogas”, disse.
O vice-presidente do TJAL, desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo, também participou do seminário e teve seus trabalhos desenvolvidos em prol do combate ao uso de drogas e sua a atenção voltada a pacientes em tratamento da dependência química destacados pelo presidente do Poder Judiciário. O seminário contou ainda com uma apresentação teatral do grupo “Arte em Movimento” que retratou a abstinência de drogas.
Psicóloga Maria de Fátima apresenta dados sobre o consumo de drogas no país
Promovido em parceria com o Fórum Permanente de Combate às Drogas, o seminário visa capacitar magistrados, servidores e a sociedade civil sobre como lidar com essa problemática que abala famílias e destrói o futuro de crianças, jovens e adultos. A primeira a palestrar foi a especialista em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), psicóloga Maria de Fátima Padin, que abordou o tema “O impacto da dependência química nas famílias”.
“O nosso objetivo de hoje é ampliar o olhar de vocês, assim como ampliamos os nossos por meio de pesquisas científicas. Apresentaremos os panoramas do consumo de drogas no Brasil obtidos por meio do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad)”, apresentou a palestrante.
De acordo com a psicóloga Maria de Fátima, o Brasil é o segundo maior mercado de cocaína do mundo, representando 20% do consumo mundial. “Aproximadamente 2 milhões de brasileiros já usaram cocaína fumada e o que é mais alarmante é que metade dos usuários são jovens com menos de 18 anos”, destacou.
Outra pesquisa realizada pelo Lenad e apresentada ao público constou que 75% da população brasileira é contra a legalização da maconha, 11% é a favor e 14% das pessoas entrevistadas não souberam ou não quiseram responder. Cerca de 28 milhões de pessoas, mais habitantes existentes na Bélgica, tem algum parente em tratamento para a dependência química.
Programação do Seminário
Nesta sexta-feira (14), o psicoterapeuta Sérgio Oliva Castillo apresenta, a partir das 9h, a palestra “A importância da Justiça na dependência química”. Ele é coordenador da clínica de reabilitação Grand House, em Mairiporã (SP).
Foram disponibilizados 300 vagas, sendo 100 destinados à magistrados e servidores do Judiciário e 200 vagas para a população em geral. O seminário oferece certificado de 10h para os participantes.