Muro de Mourinho para o Atlético, e Chelsea segura empate no Calderón

ReutersFernando Torres

Fernando Torres

O gol foi apenas um detalhe na primeira semifinal da Champions League. O Chelsea de José Mourinho foi a Madri para não deixar o Atlético marcar. E assim foi. Um 0 a 0 com muita tensão, erros de passes, catimba… E nenhuma grande oportunidade.
A festa no Vicente Calderón foi impressionante, como já se tornou tradição. Mas, desta vez, os 50 mil torcedores que gritaram 90 minutos pelo "Atleti" saíram sem poder festejar um gol. A parede defensiva de Mourinho resistiu a todas as mudanças de Simeone, que alterou a forma de jogar do ataque por duas vezes – testou Diego Ribas, Arda, Villa… mas o muro não ruiu.

A decisão da vaga na decisão ficou toda para Londres, na próxima quarta-feira. O Chelsea joga por uma vitória simples, e o Atlético, por um empate com gols. A se repetir o 0 a 0, as duas equipes disputarão mais 30 minutos de prorrogação e pênaltis.

O duelo tático dos treinadores começou antes mesmo de a bola rolar, com mudanças nas formações tradicionais das duas equipes. No Atlético, Diego Simeone colocou o brasileiro Diego Ribas como titular em lugar de David Villa, com a intenção de poder jogar mais entre as linhas do rival.
No Chelsea, José Mourinho mudou ainda mais; porém, por um motivo defensivo: o português escalou quatro volantes – além do improvisado David Luiz, escalou Mikel, Lampard e Ramires. A ideia era proteger a defesa para sair em contra-ataque. Willian era o jogador de ligação, com Oscar na reserva.

Mas a grande personagem da partida era o único atacante do Chelsea: Fernando Torres. Nascido e criado no Atlético, ele voltou ao Calderón pela primeira vez para enfrentar o ex-clube. Foi aplaudido, cumprimentou funcionários e torcedores.

Outra das várias histórias que tornavam o jogo especial era a do goleiro Thibaut Courtois, emprestado pelo Chelsea ao Atlético. O belga precisou de uma intervenção da Uefa sobre uma cláusula contratual para poder jogar. Ainda assim, o Chelsea tinha Petr Cech, um dos melhores do mundo na posição.

Só que, aos 16 minutos, Cech machucou-se depois se chocar com Raul Garcia após um escanteio. O goleiro sentiu dores no ombro direito e não pôde continuar no jogo – ele deixou o estádio imediatamente para fazer exames em uma clínica em Madri. O veterano Schwarzer, de 41 anos, teve de ir para o jogo.
Com quatro volantes e com um goleiro que não passava muita segurança, o Chelsea adotou à risca a tática de tentar ganhar tempo e parar o jogo sempre que possível, travando o Atlético de Madri em todas as oportunidades que o time espanhol teve.

Na segunda etapa, as duas equipes continuaram sem criar grandes jogadas, mas, pelo menos, passaram a arriscar um pouco mais. O Chelsea, retraído, levou perigo em um chute de Fernando Torres, aos 14 minutos – mas o tiro saiu fraco, e Courtois defendeu.

No Atlético, quem arriscava os chutes de fora era Diego Ribas, autor de um golaço contra o Barcelona, nas quartas de final. Aos 11, ele parou nas mãos de Schwarzer; aos 15, a bola foi pra fora, no último lance do brasileiro – ele deu lugar ao turco Arda Turan.

A partida seguiu tensa, com o Atlético mais presente no ataque, e o Chelsea jogando por uma bola. Uma bola que poderia ter sido um contra-ataque puxado por Lampard, aos 30 minutos. Mas o inglês tocou a bola com a mão, em lance que deu início a uma confusão entre vários jogadores dos dois times.

Depois de um minuto de muito empurra-empurra e de xingamentos, o árbitro sueco Jonas Eriksson deu cartão amarelo a Gabi e a Obi Mikel, suspendendo ambos do duelo de volta, em Londres, na próxima quarta-feira.

Nos minutos finais, com Villa também em campo, o Atlético levou a pressão ao máximo. Já nos acréscimos, Gabi encontrou Diego Costa na área. O atacante brasileiro cabeceou para mais uma defesa de Schwarzer.

A bola não entrou, de novo. Como Mourinho e o Chelsea queriam.

FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO DE MADRI 0 X 0 CHELSEA

Local: Estádio Vicente Calderón, em Madri (Espanha)
Data: 22 de abril de 2014, terça-feira
Horário: 15h45 (de Brasília)
Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia)
Assistentes: Mathias Klasenius e Daniel Wärnmark (ambos da Suécia)
Cartões amarelos: Gabi e Miranda (Atlético de Madri); Lampard, Mikel e Demba Ba (Chelsea)

ATLÉTICO DE MADRI: Courtois; Juanfran, Miranda, Godín e Filipe Luiz; Gabi, Suárez (Sosa), Raúl García (David Villa), Koke e Diego (Arda Turan); Diego Costa
Técnico: Diego Simeone

CHELSEA: Cech (Schwarzer), Azpilicueta, Cahill, Terry (Schurrle) e Ashley Cole; David Luiz, Lampard, Mikel e Ramires; Willian (Demba Ba) e Fernando Torres
Técnico: José Mourinho

Fonte: ESPN

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