Hotel é mais caro no Brasil do que em Paris, Roma, Londres

HOTEKL NAPOLEON/DIVULGAÇÃOHOTEKL NAPOLEON/DIVULGAÇÃO

Uma diária de hotel três estrelas, para casal, no Brasil, pode ser até quatro vezes mais cara do que uma hospedagem na histórica cidade de Roma, em hospedagem de padrão semelhante. Pesquisa feita pela reportagem, em agências de turismo e sites de reserva de hotéis, comparou preços de diárias para o dia 17 de junho, em plena Copa do Mundo, quando o Brasil jogará em Fortaleza contra o México. A constatação é que os preços em várias cidades brasileiras, mesmo as que não sediam jogos, estão muito acima do que os valores cobrados em Paris, Roma, Londres, Orlando (EUA) e Buenos Aires. O padrão de todos os hotéis comparados é o mesmo: três estrelas.

Nesse dia, hospedar-se no Windsor Martinique, em Copacabana, no Rio de Janeiro, sairá por US$ 641 para o casal. Em Roma, no Montecarlo Hotel, o valor cobrado é US$ 167. Já em Paris, no De L’Ocean, próximo à Ópera Garnier, o valor da diária é de US$ 234.

Fugir da Copa no Brasil não significará fugir do preço alto. Pousada em Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, na região Central do Estado, com café da manhã, categoria três estrelas, quarto duplo, pode ser mais cara que a hospedagem de padrão semelhante em Buenos Aires, no bairro nobre da Recoleta. Na capital da Argentina, o valor cobrado é de US$ 84 no Bel Air Hotel, enquanto que na cidade mineira, o valor é de US$ 103.

E quem preferir assistir ao jogo Brasil e México na capital do Ceará vai ter que desembolsar US$ 490 por dia para se hospedar num hotel na Praia do Meireles, o Villamaris, isso sem tomar café da manhã, para um quarto standard. Em Belo Horizonte, o valor cobrado para casal por vários hotéis três estrelas do centro e da Savassi varia de US$ 236 a US$ 337. Preços superiores aos encontrados em Roma. No Bettoja Hotel Nord Nuova Roma, perto da Estação de Termini, o preço do quarto com café da manhã é de US$ 188.

A presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG), Patrícia Coutinho, ressalta que não é apenas a hotelaria que é cara no país. “O Brasil é um país caro em razão dos custos altos. Um tênis aqui é mais caro que nos Estados Unidos.
As condições no Brasil e nos Estados Unidos são diferentes, não dá para comparar os preços dos hotéis”, diz. Ela frisa que os preços praticados em Belo Horizonte, que é uma das cidades-sede, estão na média dos valores praticados nas Copas da África e da Alemanha.

O professor de inteligência estratégica do curso de economia do Ibmec Minas, Marcus Renato Xavier, ressalta que os preços mais altos dos hotéis para a Copa não se devem unicamente ao evento esportivo. “O Brasil tem se destacado por ser um país caro. E vale ressaltar que os preços são fruto do jogo da oferta e da demanda. Não vejo os preços cobrados como uma prática oportunista”, analisa.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindhorb), Paulo Pedrosa, ressalta que os preços são livres e que dessa forma o consumidor deve pesquisar para encontrar as melhores opções de hospedagem durante o evento. E observa que as diárias já recuaram nos últimos dias. “Há opções em conta em Belo Horizonte, hotéis pequenos, com diárias que variam de R$ 150 a R$ 200”, observa. (U$ 67,87 a US$ 90,49 para cotação em 8 de maio).

Ele diz que encara a Copa do Mundo como um evento de alta temporada, como acontece no Carnaval do Rio de Janeiro e em outras cidades onde a festa é forte. “Agora, o que não pode acontecer é alta na casa dos 500%. Quem exagerar vai ficar com quarto sobrando”, frisa. Para Pedrosa, o preço médio durante o evento para apartamentos standard (padrão) ou luxo para casal em Belo Horizonte deve oscilar de R$ 500 a R$ 800 (US$ 226,24 a US$ 316,9).

Fonte: IG Minas Gerais

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