Carnaval: Sesau deve distribuir mais de 1 milhão de preservativos

SesauCleide Carla, diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau

Cleide Carla, diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau

Mais de um milhão de preservativos serão distribuídos aos 102 municípios alagoanos durante o período de Carnaval. Para os quatro dias de folia, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) começa a traçar estratégias para facilitar o acesso às camisinhas – trabalho que vem sendo intensificado desde o Dia Mundial da Luta Contra Aids (1º de Dezembro), passando pelas festividades de fim de ano e o período de Verão.

Em Maceió, uma ação que colaborou para o aumento do número de preservativos distribuídos foi o projeto “Saúde Sempre à Mão”, que cria uma rede estadual de distribuição de camisinhas em locais de livre acesso à população. Para isso, foram cerca de 100 dispensadores com capacidade de 700 preservativos distribuídos com a proposta de reduzir os casos de HIV no Estado.

De acordo com Cleide Moreira, diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, as ações no período carnavalesco de 2013 serão traçadas de acordo com as necessidades dos municípios, que foram divididos para atuação específica das atividades de prevenção de DST/Aids. São 21 municípios prioritários, nove municípios ribeirinhos, sete municípios do litoral Norte e cinco municípios do litoral Sul.

“É importante que os municípios busquem os preservativos para a distribuição gratuita, contribuindo assim com a facilidade do acesso às camisinhas. Em 2012, por exemplo, oito municípios não pegaram a sua cota, que este será dobrada”, alertou a diretora de Vigilância Epidemiológica, acrescentando que os gestores municipais vão receber orientação da Sesau para a elaboração do plano de ação com a proposta de promover eventos de prevenção durante o Carnaval.

Em todo o Estado, as ações da Sesau vão focar as prévias carnavalescas e os quatro dias de folia, por meio de orientação estratégica dos municípios, fornecimento de material educativo e a distribuição de camisinhas. Para isso, a equipe de Vigilância Epidemiológica estadual está em prontidão, nos períodos da manhã e tarde, para orientar os gestores municipais.

Perfil

De acordo com o Boletim Estadual do Perfil Epidemiológico de 2010, a detecção de Aids é crescente em todas as faixas etárias, mas a concentração é maior no grupo de 30 a 39 anos. É relevante a taxa de infecção em grupos antes não mencionados, como idosos e crianças de até cinco anos.

A epidemia crescente da doença coloca o Estado no 20º lugar no ranking de número de casos no país e fica na 4ª posição no Nordeste, apenas atrás de Pernambuco, Maranhão e Ceará. Em Alagoas a taxa de incidência é de 11.1 casos, a cada 100 mil habitantes – segundo dados de 2011.

Desde quando foi registrado o primeiro caso de Aids no país, em 1986, até o mês de julho de 2012, o Estado notificou um total de 3.850 casos acumulados da doença – sendo 2.578 casos em homens e 1.275, em mulheres. Apenas em 2011, foram 350 casos – o que representa uma média de registro de um caso de Aids por dia, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Maceió é a 17ª capital brasileira com maior taxa de detecção de casos de Aids no país. Dos municípios alagoanos com maior número de casos da doença, Matriz do Camaragibe lidera com 25,2 casos a cada 100 mil habitantes. Maceió, Colônia Leopoldina, Marechal Deodoro, Igaci, União dos Palmares e Maragogi seguem no ranking com, respectivamente, 21.8, 19.8, 17.1, 15.9, 14.4 e 13.7 casos.

Assistência – Ainda segundo Cleide Moreira, é preciso intensificar a detecção precoce, por meio da oferta de exames (teste rápido – HIV, sífilis, hepatite B e C) para identificar os infectados, visto que o número de mortes está relacionado aos tratamentos tardios e às co-infecções.

“O acesso ao preservativo é a primeira iniciativa para reduzir o crescimento da epidemia. Aliado a isso, é necessário que as pessoas tomem conhecimento de sua condição sorológica, tanto para a se preservar quanto para aderir ao tratamento, garantindo assim a qualidade de vida”, orientou Cleide Moreira.

O tratamento gratuito da Aids, em Alagoas, pode ser realizado em três serviços de referência. Prestam o serviço laboratorial: o Hospital Universitário, o PAM Salgadinho e o Hospital Escola Dr. Helvio Auto – este ainda é referência em internação.

Fonte: Sesau

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