Toledo e Albuquerque se enfrentam: ‘ALE não faliu’, diz presidente

Discussão 'política' movimentou final da sessão na ALE.

Deputado Fernando Toledo
Deputado Fernando Toledo

O final da sessão ordinária desta terça-feira, 5, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) foi marcada por um embate verbal entre o presidente e o vice-presidente da Casa, respectivamente, deputados Fernando Toledo (PSDB) e Antônio Albuquerque (PT do B).

Toledo reagiu com irritação ao pronunciamento, feito por Albuquerque na quarta-feira passada, quando o parlamentar – que ocupava a presidência – afirmou que a ALE estava falida.

“A falência eventual da Assembleia seria a falência de cada um de nós. Esta Assembleia não faliu e não falirá, porque está acima de qualquer um de nós e se mantém forte e cumpre seu papel”, afirmou Toledo, fazendo uma breve retrospectiva da participação do Poder Legislativo nos recentes temas relevantes do Estado.

“A Assembleia tem sido presente em todas as discussões no Estado de Alagoas. Na época das enchentes, essa Casa criou uma comissão para acompanhar o programa da reconstrução. Agora, com a seca, aprovamos rapidamente a transferência do governo para o alto sertão e também criamos uma comissão para acompanhar o trabalho do Programa Brasil Mais Seguro em Alagoas”, elencou o presidente.

Toledo citou ainda a criação, em sua gestão à frente da presidência do Poder Legislativo, das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Energia Elétrica e da operadora de telefonia celular TIM. “Não há omissão, nem falência do Poder Legislativo. Não posso me calar. Esta Casa não faliu”.

Ainda em tom de desabafo, o tucano lembrou que assumiu a Casa de Tavares Bastos no momento mais crítico de sua história, em uma alusão a Operação Taturana, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2007: “Hoje estamos saindo da crise, temos uma relação de igualdade com os outros poderes, por isso não posso me calar em relação a essa ‘falência’ do Poder legislativo”.

Briga de Gestões

Albuquerque, que já tinha deixado o plenário, retornou para rebater Toledo, destacando que estava em seu direito de avaliar politicamente a atuação do parlamento: “Se a Assembleia hoje passasse por pesquisa de opinião, talvez recebesse uma nota ainda menor que aquela que de forma muito triste eu dei. O parlamento alagoano que vossa excelência assumiu era, naquele momento, superior ao de hoje”, frisou, referindo-se a própria gestão, quando presidiu a ALE pela terceira vez.

“Naquela oportunidade, conduzíamos democraticamente e harmoniosamente. Ninguém ousaria dizer que Casa deixou de cumprir obrigações constitucionais. Participávamos de todos os problemas relevantes da sociedade alagoana. A Assembleia que vossa excelência assumiu não tinha qualquer descompasso na condução dos seus valores”, afirmou.

Ainda referindo-se a própria gestão, Albuquerque disse que poderia prestar contas do período em que presidiu o Poder Legislativo e anunciou que não será mais candidato a deputado estadual nas próximas eleições: “Sairei tranquilo do dever cumprido”.

“Em nenhum momento casa esteve tão frágil politicamente. Não é crítica pessoal. Tenho obrigação de ouvir às ruas. Quando digo que essa Casa perdeu muito de sua essência, não é em função de uma operação policial. Basta que vossa excelência mande fazer uma pesquisa de opinião pública. Com pesar, reafirmo que, como instituição, a Assembleia está falida”, concluiu.

Saci-Pererê

Ao retornar a palavra, o presidente da Casa voltou a defender que a ALE tem dado a maior contribuição ao Estado, citando como exemplo o fato de o Poder Legislativo ter o menor orçamento proporcional do País: “A Assembleia está viva, ativa, pulsante dentro da sociedade alagoana. Não quero acusar o deputado (Antonio Albuquerque), mas tenho também o direito de divergir da avaliação que ele faz da falência do Poder Legislativo”.

Os deputados Temóteo Correia, Isnaldo Bulhões e Maurício Tavares se pronunciaram solidários a Toledo. “Há fragilidade, mas não falência da Assembleia. Dois líderes trazendo esse tema que nada soma é masoquismo, é auto-flagelo. Para essa Casa falir, seria o Estado perder uma perna. O Estado virar um saci-pererê”, resumiu Correia.

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