PCCs da Educação gera protesto e confusão em sede de secretaria

Priscylla Régia/Alagoas 24 HorasPriscylla Régia/Alagoas 24 Horas

O clima na Secretaria de Estado da Educação (SEE), que funciona no Cepa, ficou tenso na tarde desta quinta-feira, 14, depois que os servidores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) decidiram ocupar o prédio. Inicialmente, os sindicalistas acamparam na porta da secretaria pleiteando uma audiência com o secretário Adriano Soares para discutir a situação do Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS) dos cargos administrativos de apoio, que – segundo os servidores – passou por algumas modificações e até o momento não foi apresentado aos trabalhadores.

Ainda segundo os manifestantes, a informação que chegou ao sindicato foi que o projeto apresentado pelo Governo em fevereiro exclui diretores escolares do PCCS. O fato é que após horas de espera pela audiência, os servidores ocuparam a secretaria e há informações de que forçaram uma porta para ter acesso ao gabinete do secretário. Foi necessário acionar o Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar para garantir a segurança dos servidores.

Os diretores do Sinteal reclamam que o secretário teria se comprometido com o Centro de Gerenciamento de Crises em receber uma comissão de oito servidores para discutir o assunto e posteriormente desistido da audiência. Por esta razão, os sindicalistas pediram o reforço da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outros sindicatos e prometeram permanecer no local até que seja aberto um canal de negociação.

Nas redes sociais, o secretário Adriano Soares informou que havia acionado o Bope depois da invasão à SEE “para tirar a turma de infiltrados do Sinteal. O Sinteal não consegue o apoio do pessoal da educação e foi buscar apoio noutros sindicatos da CUT para fazer bagunça aqui”, escreveu Soares. O secretário explicou ainda que o protesto de hoje é reflexo da negociação entre a SEE e o SAE-AL, sindicato que atualmente estaria – segundo Soares – representando os interesses dos servidores administrativos e negou ter prometido receber a categoria.

O secretário também escreveu os motivos do protesto de hoje: “o Sinteal era contra o PCCS dos Administrativos andar desmembrado do PCCS do Magistério. Fizeram de tudo para que isso não acontecesse. Para surpresa deles, eu abri a negociação com o SAE-AL, que representa realmente a categoria, e firmei em nome do Governo o acordo de encaminhamento do PCCS para a Assembleia Legislativa. O Sinteal, então, tenta hoje fazer crer que está interessado nos servidores administrativos, o que é uma baita mentira!”, afirmou.

O Sinteal afirma, todavia, que o SAE-AL não é um sindicato reconhecido pela Justiça e, portanto, não representa a categoria. “Esse grupo, formado por umas 20 pessoas é oposto ao Sinteal e não representa os servidores administrativos. O Sinteal possui 25 anos de história de luta em defesa do servidor e não aceita ser passado para trás”, disse Girlene Lázaro, diretora de Formação do Sinteal, em entrevista à Rádio Gazeta.

A vice-presidente do Sinteal, Célia Capistrano informou posteriormente que equipes do Bope estavam no local ameaçando os servidores, no entanto, não há registro de conflitos.

O Alagoas24Horas esteve no local acompanhando a movimentação no local. No total, quatro equipes do Bope e quatro equipes do Batalhão Escolar (BPesc) estão no local, do lado oposto aos trabalhadores garantindo a ordem na SEE.

Intervenção

Após a confusão que durou a tarde praticamente inteira, chegaram à sceretaria os deputados estaduais Judson Cabral e Ronaldo Medeiros, ambos do PT, para negociar com o secretário a abertura de um canal de negociação.

O secretário teria convocado uma audiência para a próxima quarta-feira, 20, na SEE. O servidores já anunciaram que irão realizar vigília na porta da Secretaria no dia da audiência.

Mudança de planos

Algum tempo depois de anunciar a audiência com o Sinteal o secretário informou na sua página no Facebook que não desistiu de receber a categoria. "Eu havia concordado em receber na quarta-feira que vem o SINTEAL, com a mediação de dois deputados. Mas, diante dos discursos agressivos e inflamados que estão fazendo agora, nesse exato momento, aqui na frente, no carro de som, com agressões pessoais e à gramática, EU NÃO RECEBEREI O SINTEAL em hipótese alguma", escreveu.

Os servidores seguem na porta da SEE.

Atualizada às 18h.

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