A greve dos médicos – que já dura aproximadamente três meses – é apontada como um dos motivos que levou à morte da dona de casa Edlene da Conceição Silva, de 37 anos, no último dia 2 de março. Para o promotor de justiça Sidrack Nascimento, a negligência no atendimento levará o Ministério Público Estadual a uma representação criminal contra os possível culpados.
A dona de casa Edlene da Conceição não obteve atendimento médico no Minipronto-socorro do Tabuleiro dos Martins. O gestor da unidade de saúde, Luiz Tenório Amorin, foi ouvido na manhã desta sexta-feira, 15, pelo promotor Sidrack Nascimento, na sede do MPE.
Segundo o promotor, os gestores são responsáveis por tudo que ocorre na unidade de saúde. Ao promotor, Luiz Tenório afirmou que no dia do ocorrido não havia nenhum médico no Minipronto-socorro, e apenas duas ambulâncias.
“Essa greve está matando gente, a mulher chegou com fortes dores no peito e lhe foi negado o socorro e mesmo assim não foi encaminhada para outro local”, afirmou o promotor.
Sidrack enfatizou que todos os envolvidos na negligência serão ouvidos na próxima semana e responderão criminalmente. “Cada um dentro da dosimetria da culpa. As duas recepcionistas e o coordenador médico serão intimados a prestar depoimentos, como estamos cobrando da Secretaria de Saúde resposta sobre o evento”, declarou.
“Não escapará ninguém, todos os envolvidos responderão criminalmente pelo ocorrido, pois deveria ter um médico na unidade e devido a esta greve as pessoas estão morrendo. Uma vez que há muitas maneiras jurídicas de se fazer uma reivindicação”, destacou o promotor.
Nascimento destacou ainda que outros casos isolados também podem estar ocorrendo em várias unidades de saúde. “As pessoas que vêm sofrendo negligência no atendimento pode procurar o Ministério Público, pois é esta a casa dos alagoanos”, concluiu.