Seminário discute assistência à saúde para comunidade de matriz africana

Mais de cem integrantes de religiões de matriz africana participam em Maceió do IX Seminário Nacional Religiões Afro-brasileiras e Saúde, que tem como finalidade contribuir para a troca de saberes e experiências entre os terreiros e o Sistema Único de Saúde (SUS). A abertura oficial do evento ocorreu nesta segunda-feira (29), no Hotel Jatiúca.

O evento reuniu representantes de diversos segmentos e gestores públicos, a exemplo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), representada pela superintendente de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto; do Ministério da Saúde, Rui Silva; o coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, José Marmo Silva; entre outros.

Com cânticos e saudações, os religiosos deram início à abertura dos trabalhos, além de reverenciarem as deusas das águas. O momento serviu para lembrar os ancestrais, que foram fundamentais no processo de luta pela manutenção e defesa das religiões de matriz africana, como lembrou Marmo da Silva.

Durante o seminário, o representante do Ministério da Saúde, Rui Silva, falou da importância da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, que este ano completa dez anos e, teve papel fundamental na luta pela conquista dos direitos dos povos de terreiros, bem como a discriminação que existe contra os religiosos. Lembrou ainda que a rede presta um grande serviço ao SUS, como também destacou a necessidade dos gestores públicos apoiarem as práticas e crenças populares.

“Esses dez anos da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras é um marco de várias conquistas, entre elas de ações afirmativas”, disse Silvany Euclênio, da Secretaria Nacional de Políticas da Promoção da Igualdade Racial. Acrescentando que é necessário ainda avançar nas políticas públicas voltadas para o negro e os religiosos de matriz africana em seus estados pela garantia de direitos do seu povo.

Alagoas é um dos estados que conta com ações junto às comunidades negras, principalmente voltadas para assistência à saúde. Na ocasião, a superintendente de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, ressaltou o trabalho realizado pelos técnicos da Sesau junto aos quilombolas. E, destacou o serviço oferecido pelo SUS, que tem 25 anos e mudou a história da saúde no Brasil, inclusive servindo de modelo para outros países.

Dez Anos
No início, eram apenas três pessoas que começaram a tecer o que seria a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras. Aos poucos a entidade foi crescendo e chegando aos demais estados brasileiros. A credibilidade do trabalho realizado, tendo a frente o coordenador José Marmo da Silva, fez com que a rede em uma década tivesse uma série de conquistas e ganhasse a confiança dos religiosos.

“O seminário é importante para discutimos as nossas necessidades e as políticas que são essenciais para o povo dos terreiros. E, ainda, dar continuidade ao processo de diálogo entre as lideranças de terreiros, gestores, profissionais e conselheiros de saúde. Além da formalização de uma agenda positiva de ações em saúde destinada para população de terreiros e população negra”, afirmou José Marmo.

Também participaram da solenidade de abertura da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras, a presidente do Conselho Nacional de Saúde segmento Popular, Maria do Socorro Souza; o vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde e também do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde, Pedro Madeiro; o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Benedito Alexandre; o secretário-adjunto de Estado da Cultura, Álvaro Otacílio; e representando a secretária de Estado da Mulher Cidadania e Direitos Humanos, Kátia Born, Geraldo Magela.

Fonte: Ascom Sesau

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