Passagem será mantida até 1º de julho em R$ 2,30

Alagoas24horasEntidades debatem reajuste da tarifa do transporte coletivo em Maceió

Entidades debatem reajuste da tarifa do transporte coletivo em Maceió

É necessário mais de uma hora de espera para Manoel Ferreira se deslocar do Feitosa para a orla da grande Maceió. Ele espera diariamente o Cruz das Almas/Trapiche ou Rosane Collor/Ponta Verde e durante o trajeto – que dura em torno de 30 minutos, ele vai em pé e registra a precariedade e o sucateamento do transporte coletivo.

Aliado a este drama vivido pelo usuário, também soma o do rodoviário que enfrenta os constantes riscos de assaltos. De acordo com um motorista, que terá a sua identidade preservada, da empresa Viação São Francisco, muitos trabalhadores vêm tendo acompanhamento com psicólogos devido a traumas vividos. “Principalmente quando se tem uma arma na cabeça”, relatou chorando.

Uma audiência no Tribunal de Justiça de Alagoas discutiu na manhã desta quarta-feira, 12, o reajuste na tarifa. Atualmente a passagem custa R$ 2,30 e os empresários do setor querem R$ 2,85. Para o advogado da Transpal, Fernando Costa, isso se deve à omissão dos gestores públicos quanto a não correção monetária.

Segundo Costa, os empresários não podem sair perdendo e nos últimos anos não estão tendo lucro. Ele destacou que a SMTT tem as planilhas de custos e não arca com as gratuidades que são oferecidas. “Infelizmente alguém tem que pagar, já que o município não arca, os usuários pagam”, justificou.

De acordo com Isaac Jakson, da Central Única dos Trabalhadores, o aumento da passagem é abusivo, pois ultrapassa o que é estabelecido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele destacou ainda que os trabalhadores não vão aceitar de forma passiva o aumento “arbitrário” da passagem.

A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) se posicionou contra o aumento, considerando também um abuso. De acordo com o superintendente Tácio Melo da Silveira, haverá intensificação no combate ao transporte clandestino, para que desta forma possa se manter o mesmo valor, ou um reajuste menor.

O relator do processo, desembargador James Magalhães, espera encontrar uma decisão unânime para que não seja preciso tomar um decisão monocrática. De acordo com ele, o valor de R$ 2,30 permanece até o dia 1º de julho. E caso não haja consenso, no dia 12, uma nova audiência será realizada, só que desta vez para promulgação da sentença.

Os estudantes prometem transformar a capital alagoana numa ‘Turquia’ e por meio de uma página nas redes sociais convocam a sociedade para um ato nesta quinta-feira (13) às 16h, em frente à Transpal.

“Não temos um serviço de qualidade, tiram onda com a nossa cara. Na verdade eles nos roubam e acham isso bonito, mangam da nossa cara e nos fazem de otários”, desabafou Manoel Ferreira, destacando que amanhã enfrentará o mesmo problema. “E não adianta nem reclamar”.

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