Produtor de Piaçabuçu durante torneio leiteiro
Agricultores familiares do município de Piaçabuçu, onde até pouco tempo as principais atividades agrícolas eram o coco, a cana, o arroz e a pesca, já possuem bezerras nascidas por meio de inseminação artificial. A medida faz parte do Programa Alagoas Mais Leite, coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), para fortalecer a pecuária de leite entre os pequenos produtores. O programa está entre as ações da Seagri no Alagoas Tem Pressa.
A secretaria repassou um kit de inseminação artificial composto por um botijão com 500 doses de sêmen de touros de alto padrão genético das raças gir e holandês para a Associação dos Produtores de Leite de Piaçabuçu (APLP) e capacitou três dos produtores locais para realizar o procedimento. Até agora, de acordo com o secretário municipal de Agricultura, Joaquim Eugênio, já nasceram seis animais.
“Um número bastante modesto, mas estamos desenvolvendo algumas ações para estimular a utilização e diminuir a resistência à adoção da tecnologia. Sabemos que iniciativas como essa vão resultar, num futuro próximo, em animais diferenciados, com um padrão melhor e maior capacidade para produção de leite. O resultado disso será a melhoria da renda dos produtores”, comentou o secretário municipal.
De acordo com ele, a APLP já realizou dois torneios leiteiros e, nas ocasiões, os produtores levaram as crias nascidas a partir da inseminação artificial para expor aos demais criadores e aos visitantes. “Estamos vendo muito entusiasmo dos criadores que possuem os animais. Isso está sendo visto como uma grande oportunidade de otimizar a exploração de suas propriedades, permitindo um maior ganho monetário e, conseqüentemente, melhoria da autoestima dos mesmos”, comentou Joaquim Eugênio.
O município de Piaçabuçu também já recebeu, por meio do Programa Alagoas Mais Leite, um galpão para realização dos torneios leiteiros e de outras atividades do setor. Segundo o secretário municipal, está sendo definido o início de uma feira de gado regular no local, que vai estimular o segmento e aumentar a valorização dos animais de maior valor agregado, como é o caso dos nascidos por meio da inseminação artificial.
Em todo o Estado, a Seagri já repassou 28 mil doses de sêmen de touros com alto padrão genético para associações e cooperativas e capacitou mais de 600 produtores para realizar o procedimento. As bezerras nascidas por inseminação artificial também são encontradas em comunidades quilombolas tradicionais da Bacia Leiteira, como a Cajá dos Negros, em Batalha.
“Com essa ação, garantimos ao pequeno produtor o acesso a um material genético de grande qualidade e que normalmente ele não teria como comprar sozinho. Por isso, temos um trabalho muito focado também em associativismo e cooperativismo, pois dessa forma podemos ajudar a todos e, assim, eles crescem e fortalecem a atividade”, defendeu o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, José Marinho Júnior.
Além de kits de inseminação, as comunidades e associações atendidas pelo Programa Alagoas Mais Leite recebem: máquinas forrageiras, que são usadas no preparo do alimento para o gado; tanques de resfriamento de leite; analisador da qualidade do leite; construção de abrigos para tanques e galpões.
“Nosso objetivo é desenvolver e apoiar ações de reestruturação na cadeia do leite no âmbito da agricultura familiar, tendo como principais diretrizes a organização de produtores, a qualidade do leite, a produção de forragem e nutrição, a gestão da unidade rural e o melhoramento genético”, concluiu o secretário.
