Acampamento da Reforma Agrária é vítima da ação de ‘pistoleiros’

Ascom MLSTOs agricultores, na sua maioria, são ex-funcionários da usina

Os agricultores, na sua maioria, são ex-funcionários da usina

Foi uma madrugada de terror para as cercas de 150 famílias acampadas nas terras da Usina Laginha, em União dos Palmares, zona da mata alagoana. As primeiras horas do sábado, 6, foram de fortes emoções quando ‘pistoleiros’ efetuaram disparos de arma de fogo, incendiaram os barracos utilizando gasolina e ameaçaram os trabalhadores rurais.

Os agricultores, na sua maioria, são ex-funcionários da usina – que
está em processo de falência, onde tramita no Tribunal de Justiça – e estão na localidade desde o dia 11 de junho. As famílias são acompanhadas pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST).

De acordo com uma das trabalhadoras rurais, que estava no momento da ação criminosa, seis veículos, no modelo caminhoneta, com mais duas motocicletas chegaram ao acampamento ‘tocando o terror’ e efetuando os disparos. “E não se contentando pegaram os galões de gasolina e jogaram por cima dos barracos, enquanto atiravam, aí tocaram fogo. Muita gente correndo, caindo, pensei que morreria (sic)”, enfatizou a trabalhadora apenas identificado por Carminha.

De acordo com os dirigentes do acampamento, ainda na tarde da última sexta-feira (5), um veículo – também no modelo caminhoneta – circulava a localidade escoltado por duas motocicletas.

O Pelotão de Operações de Policiamento Especiais (Pelopes), da Polícia Militar, esteve no local momento após a prática criminosa. Na ocasião, os militares recolheram cerca de 40 cápsulas deflagradas de pistola 380. “Esse armamento é de grosso calibre, o que demonstra que não são pequenos grupos atuando na região”, destacou um dos militares que não quis ter a sua identidade divulgada.

A direção do movimento que acompanha o acampamento esteve na Delegacia de Polícia Civil da cidade para prestar queixas, entregar outras oito cápsulas deflagradas e encontradas pelos trabalhadores, além de confeccionar um Boletim de Ocorrências. “Pelo menos para ver se o Estado nos garante segurança”, enfatizou o coordenador da Zona da Mata, Cristiano dos Santos.

Ainda segundo Cristiano, na semana passada, durante as vésperas do festejo de São Pedro (29), o mesmo grupo esteve no local, mas desta vez derrubando os barracos de lona e destruindo as plantações. “Só que usando um veículo de grande tração, um trator”, explicou.

“Vamos ter esperar outro trabalhador rural tombar para que efetivamente a segurança pública em Alagoas funcione. Porque pelo jeito teremos outro Jaelson Melquiades, outra ir. Dorothy, outro Chico Mendes e estes crimes não serão esclarecidos, farão apenas parte de uma estatística”, desabafou Josival Oliveira, dirigente nacional do MLST.

Fonte: Ascom MLST

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