“As redes sociais são extremamente importantes para a gestão pública, mas, também são uma arma muito perigosa”, avalia o antropólogo e cientista político Jorge Vieira. A análise foi feita após as mobilizações do último mês, que levou multidões às ruas. Ontem, uma polêmica na rede social levou à exoneração do secretário Estadual de Educação, Adriano Soares, que por meio do Facebook usou palavras de ‘baixo calão’ que deveriam ser cantadas aos servidores estaduais.
De acordo com o antropólogo, com a possibilidade de se adquirir um aparelho que tenha acesso ao serviço de internet, o uso das mídias e redes sociais vem contribuindo para a disseminação das ideias, não só de pessoas comuns, como também públicas, na busca de transparência e respostas para questões consideradas até então longe da população.
Para Vieira, essa ‘democratização’ expõe alguns problemas, considerados por ele, como graves e perigosos. Segundo ele, a exposição é o principal risco, tanto para o cidadão comum quanto para uma autoridade política. “Isso porque é preciso usar as redes com um controle ético, uma vez que todo mundo está conectado e não sabemos o alcance disso e para quem não sabe utilizar é uma arma muito perigosa que pode levar à desgraça de alguém”, avaliou.
Na avaliação dele, as redes sociais apenas expuseram a personalidade do secretário de Educação, Adriano Soares, que relembrou uma música e sugerir cantá-la aos manifestantes que aderiram à mobilização Nacional de Luta desta quinta-feira (11). “Isso é algo ruim, mas positivo das redes, uma vez que de alguma forma o indivíduo vai mostrar em algum momento quem ele é o que pensa, não apenas como pessoa, mas como gestor. O ex-secretário mostrou o que ele pensa dos servidores que estavam na manifestação”, explicou.
Como gestor, o prefeito Rui Palmeira explora as redes sociais desde a campanha eleitoral e, segundo ele, as ferramentas foram e são importantes para a conscientização do seu eleitorado, como também para expor os trabalhos desenvolvidos à frente do executivo municipal. Palmeira usa as redes sociais como gestor e cidadão e, de acordo com ele, tudo é exposto com muito cuidado. “Pois antes de tudo, sou uma pessoa pública e tudo que for postado terá uma repercussão que posso não ter controle”, destacou.
Palmeira tem uma equipe especializada em mídias sociais e o conteúdo produzido é trabalhado nas redes. Isso, segundo ele, para ter mais um instrumento de dialogo com a população que cada vez mais está criteriosa e exige transparência em tudo. “Claro que não podemos esquecer o poder das redes sociais que vêm levando a nossa população as ruas e ainda promete”, destacou Palmeira.
Segundo Jorge Vieira, o uso das redes sociais por meio dos gestores públicos é tema de um estudo desenvolvido por dois orientandos do curso publicidade e propaganda de uma instituição de ensino privado de Maceió. “E se você for ver o estudo é cada aberração postada pelos gestores públicos que é alvo de estudo”, concluiu o antropólogo e cientista político.
