Na última semana, Maceió se tornou a capital brasileira do vôlei, recebendo as jogadoras medalhistas de ouro nas Olimpíadas de Londres. Fruto de uma parceria inédita, os alunos da rede pública de ensino tiveram a oportunidade de acompanhar de perto os jogos amistosos da Seleção Brasileira feminina contra a seleção da Holanda. As partidas aconteceram no Ginásio do SESI e foram vencidas pelo Brasil, as duas por 3 sets a 1. A Prefeitura de Maceió, através da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, junto com a Confederação Brasileira de Vôlei, atingiram o objetivo final.
“A festa foi muito bonita e os alagoanos mostraram ao Brasil inteiro nossa energia e torcida pela seleção. Acredito que o técnico José Roberto Guimarães aproveitou muito para fazer ajustes no time que vai disputar o Grand Prix em Agosto e nós proporcionamos aos estudantes um momento único de inspiração esportiva”, recevlou o secretário Pedro Vilela. Os alunos lotaram o ginásio e animaram o jogo sem parar de cantar um só minuto. “Eu sou Brasileiro com muito orgulho, com muito amor”. A energia de Maceió deu força as jogadoras para se recuperar do 1º set perdido. Alguns alunos que estavam presentes no local eram participantes do projeto Viva Vôlei que é outra parceria da Semel com a CBV.
Antes das partidas eles fizeram uma atividade diferenciada e mostraram o que aprenderam nas aulas para os visitantes. Mais tarde assistiram ao jogo na companhia de seus pais que também ganharam ingressos para assistir o grande evento. O Viva Vôlei visa à inclusão social através do esporte e é um projeto da CBV que atende 192 crianças de escolas municipais de Maceió e da comunidade circunvizinha no bairro de Bebedouro. “Trazer esses alunos para um treinamento diferenciado e no local em que foi realizado o jogo foi um desafio gratificante. Senti que podemos proporcionar sonhos mostrando que um dia eles também podem se tornar atletas olímpicos”, disse Alexandre Laranjeiras, professor do projeto.
“Nosso maior objetivo é incentivar a prática esportiva através da diversão, da brincadeira, tirando as crianças do ambiente de vulnerabilidade social e proporcionando momentos únicos como este”, relatou Sergio Floering, também professor.
Erick Pereira, aluno do projeto disse que ao começar a freqüentar as aulas de Vôlei não levava muito a sério. Depois descobriu que o esporte pode ser uma atividade gratificante. “Hoje o esporte está mudando minha vida. Nunca pensei que eu e meus pais um dia iríamos assistir um jogo de profissionais tão de perto”, exaltou.
“O esporte é algo que afasta todos nós de tudo o que é ruim. Acredito que como essas crianças por estarem começando cedo tenham oportunidades que nós, atletas da Federação Alagoana de Vôlei, conquistamos um pouco mais tarde. Sabemos que o índice de criminalidades em muitos estados é um número assustador e acredito que o esporte junto com a educação é a solução para sanar esse problema”, afirmou Eva Pimentel, jogadora da Seleção Alagoana de Vôlei e da Faculdade Mauricio de Nassau.
Walter Pitombo Laranjeiras, Presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, destacou que a missão da CBV é levar o vôlei a todas as crianças visando um potencial de crescimento e inclusão social e esportiva. “Sinto-me presenteado por ver que todas essas crianças fizeram parte desse grande evento que Maceió recebeu. A animação delas na torcida em poder ver Brasil jogar me contagiou. Acredito que esse foi um presente para maioria delas que presenciaria pela primeira vez um evento dessa importância”.
Ao todo, a seleção feminina de vôlei fez 12 jogos esse ano, com 12 vitórias e as conquistas dos torneios de Montreux e Alassio. As partidas amistosas contra a Holanda serviram de testes para o Grand Prix, que se inicia no dia 1º de agosto e vai até o dia 2 de setembro. Agora, as brasileiras ganham alguns dias de folga e se reapresentam na próxima semana, em Saquarema, no Centro de Treinamento Arizão. A estreia, em Campinas, São Paulo, será contra a Polônia, no dia 2 de agosto.
