Impacto do dólar na inflação deve ser limitado por política de juros, diz BC

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou nesta quinta-feira (18), por meio da ata de sua última reunião, quando os juros subiram 0,5 ponto percentual, para 8,5% ao ano, que a alta do dólar, verificada nos últimos trimestres, "enseja uma natural e esperada correção de preços relativos". Com isso, o impacto do dólar na inflação, ou seja, no aumento dos preços, deverá ser limitado pela política de juros adotada pelo governo.

"Importa destacar ainda que, para o Comitê, a citada depreciação cambial constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos. No entanto, os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária [definição da taxa de juros]", acrescentou a autoridade monetária.

Economistas lembram que quase 25% dos produtos consumidos em nossa economia são importados, resultando em impacto inflacionário quando a moeda norte-americana se valoriza. Até meados do mês de maio, o dólar operava ao redor de R$ 2 no Brasil. Desde então, porém, registrou alta e, atualmente, tem oscilado entre R$ 2,25 e R$ 2,30.

Analistas do mercado avaliam que uma alta de R$ 0,10 no preço do dólar poderia ter um impacto de, no máximo, 0,2 ponto no IPCA deste ano. Deste modo, se o dólar estava em cerca de R$ 2 antes da sinalização do BC norte-americano e passou, atualmente, para um valor próximo de R$ 2,30, o impacto seria de até 0,6 ponto percentual no IPCA. Entretanto, o dólar teria de permanecer neste patamar.

Meta de inflação

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta.

Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Na ata do Copom divulgada nesta quinta-feira, o BC reafirmou que o ciclo de alta de juros, que acontece desde abril, "contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".

Antes da alta recente do dólar, a expectativa dos economistas dos bancos era de que o aumento dos juros total previsto para este ano seria de um ponto percentual, passando de 7,25% para 8,25% ao ano no fim de 2013. Após a disparada do câmbio, os economistas passaram a prever um ciclo bem maior de alta dos juros: para 9,25% ao ano no fim de 2013.

Fonte: G1

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