Denúncias na ALE: deputados coletarão assinaturas para criação de CPI

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Deputados coletarão assinaturas para criação de CPI

As denúncias de fraude na folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) voltaram a ser discutidas na sessão desta quarta-feira, 7. O deputado Judson Cabral (PT) usou a tribuna da Casa para cobrar a realização de uma reunião entre os pares e a Mesa Diretora, onde seria apresentada a documentação que comprovaria a legalidade das movimentações bancárias dos anos de 2010 a 2012.

Apesar da insistência do deputado petista em receber os esclarecimentos, a Mesa Diretora não marcou a reunião, nem tampouco, adiantou o conteúdo da sua defesa. O resultado foi um bombardeio de críticas e a deliberação de uma coleta de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades apontadas.

“O que não podemos é ficar do jeito que estamos. No silêncio, e na ausência da instituição continuamos todos sob suspeita, por isso precisamos discutir, dar encaminhamentos, inclusive acatar a proposta do deputado Olavo Calheiros (PMDB) de criar uma CPI”, disse Judson Cabral e logo após foi interrompido por uma série de apartes.

O deputado Ricardo Nezinho (PMDB) defendeu a forma serena e republicana com que o presidente da ALE, deputado Fernando Toledo (PSDB), teria se manifestado na sessão de ontem (6) e frisou que “todos os dados e informações, através dos extratos, que a ALE deveria apresentar, foram entregues”. “Essa Caixa Preta que dizem que foi aberta não pode vingar”, completou Nezinho.

Também em defesa de Toledo, o deputado Marcelo Vitor (PTB) tentou explicar que a demora da Mesa em dar uma resposta ao deputado João Henrique Caldas (PTN) ocorreu em função do início do recesso parlamentar e justificou que a reunião cobrada por Cabral poderia ter sido convocada por qualquer deputado. “Esta casa é formada por vários partidos, não é uma atribuição apenas do presidente convocar uma reunião”, declarou para desviar as críticas de falta de vontade da Mesa em esclarecer o imbróglio.

”Os últimos a saber”

O deputado Temóteo Correia (DEM) pediu um aparte para reclamar por não ter sido informado por JHC sobre as irregularidades descobertas e divulgadas na imprensa. “Ele nunca nos comunicou, nunca nos deu ciência. Como você manda para a mídia e não manda para os colegas?”, questionou. O deputado mais uma vez acusou a imprensa alagoana de fazer “terror” ao publicar outro escândalo na Casa. “Somos deputados iguais. Os deputados Fernando Toledo e JHC brigam e não sabemos de nada. Isso é um processo doentio, cruel”, e emenda: “Todo mundo sabe que a família de Toledo está toda mergulhada na Assembleia. Eu não gostei da reação do presidente, que deveria ter um serviço de informação que pudesse dar resposta à mídia, mas ao contrário disso, o deputado JHC está jogando sozinho”, desabafa.

Tanto Correia, quanto o deputado Jeferson Morais (DEM) se disseram desconfortáveis com a situação e com a falta de informação dentro do Parlamento. “A imagem que a população tem do deputado estadual é a pior possível. Depois da Taturana é como se todos fossem iguais. Falta alguém dizer à imprensa que não há deputados rivais”, respondeu indignado pelo fato de ter sido questionado na rua se estaria contra o deputado JHC.

Providências

O deputado Olavo Calheiros, que já tinha sugerido a criação de uma CPI para apurar as denúncias, destacou que JHC havia usado várias vezes a tribuna para pedir explicações sobre alguns atos, mas a Mesa Diretora teria feito “ouvido de mercador”. “Nada salva esta casa, se os que estiverem no poder não tiverem a humildade de apurar os fatos e cobrar providências. Se essa Mesa continuar usando da arrogância e autoritarismo não vai resolver. O que resolve nessa hora é a verdade”, ressaltou.

JHC rebate críticas

O deputado João Henrique Caldas foi objetivo ao responder às críticas que lhes foram feitas. Ele agradeceu as manifestações “sem demagogia” feitas pelos pares e comunicou que visitou nesses últimos três dias, todas as instituições a quem deveria entregar a documentação com as supostas irregularidades. O deputado explicou que toda a documentação está disponível no seu site com possibilidade de acréscimo, caso surjam novos documentos.

O parlamentar disse claramente que não entregou nada antes porque não confia na Mesa Diretora. “Esse é o momento de passar a Assembleia a limpo, por isso não vou fazer mais coro. Desde de 2010 venho alertando sobre a situação. Essa é uma Casa que realmente não funciona. Discurso demagogo eu não vou aceitar porque vai desviar o foco”, disse o deputado e finalizou: “A Mesa Diretora é quem tem que responder às denúncias. Não é com arrogância, vaidade ou perfumaria que vamos conseguir o que os alagoanos merecem”.

A coleta das assinaturas para criação daCPI terá início na sessão de amanhã.

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