Já no Shakhtar, Bernard se despede do Atlético-MG

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Bernard

Mal houve tempo para se despedir. A derrota para o Atlético-PR, partida em que marcou um gol e acabou expulso, foi a última de Bernard com a camisa do Atlético-MG. O meia-atacante da seleção brasileira embarcou rumo a Donestk no início da semana e, nesta quinta-feira, assinou contrato com o Shakhtar pelas próximas cinco temporadas. O adeus teve de ser improvisado, via entrevista ao site oficial do clube ucraniano.

Preparado para o novo desafio da carreira, Bernard usou frase do hino do Galo para provar que não esquecerá do clube que o criou desde tão cedo.

– Eu estava lá desde os 14 anos de idade. Foi precisamente no Atlético-MG que aprendi o que é o futebol profissional. Me ensinaram muita coisa lá, sempre me ajudaram e apoiaram. O hino do Atlético tem uma frase muito significativa: “Uma vez até morrer…” – disse a revelação, que recebeu o cartão vermelho na última semana depois de tirar a camisa na comemoração e mostrar a citação.

– "Uma vez e para sempre, até a morte". Foi esta a minha despedida para os torcedores. Queria poder dizer mais uma vez que amo o Atlético-MG. E que sou grato a cada um dos torcedores que me apoiaram.
Influência de Dentinho

No Shakhtar, Bernard recebeu tratamento de gente grande. Contratado a peso de ouro, por € 25 milhões (R$ 77 milhões), a joia conheceu as instalações do clube, o estádio Donbass Arena, o vestiário. Após ler uma entrevista de Dentinho, seu amigo e ex-atleta da equipe, ele se empolgou com o que viu (veja o vídeo de sua visita no Brasil Mundial FC).
Ele é um bom amigo e falou muito bem do Shakhtar. Claro que também tentei saber mais sobre Donetsk, as infraestruturas do clube e o Donbass Arena. Agora que estou aqui, estou impressionado. Era importante eu ver com os meus próprios olhos o local que me estavam propondo para treinar e viver. No final, decidi dar este passo.

Para garantir a contratação da revelação atleticana, o Shakhtar concorreu com o interesse do Porto, de Portugal, e do Arsenal, da Inglaterra, entre outros. Os ucranianos ofereceram diversas regalias extras para convencer Bernard a jogar no Leste Europeu, onde o frio é bastante rigoroso no inverno e não há tantas garantias de que será renegociado em breve.

Além de um tradutor para facilitar a adaptação, uma mansão e motorista, o salário proposto seria de € 382 mil (R$ 1,17 milhão) mensais, o que somaria mais de R$ 14 milhões por ano. O pacote inclui também um cuidado especial com a alimentação de Bernard, que já se mostrou preocupado por ficar longe do tradicional "arroz e feijão".
‘Jogo onde for necessário’

Se fora de campo tudo já parece ter uma solução, não há preferência de posição para o novo camisa 10 do Shakhtar. Em uma equipe recheada de brasileiros como Taison, Douglas Costa, Alex Teixeira, Luiz Adriano, Fernando, Bernard sabe que o que vier será lucro.

– Isso vai depender das exigências do treinador. Eu vou jogar onde for necessário. Estou disposto a me adaptar a tudo o que me for pedido no Shakhtar. Conversei com o treinador, ele me falou dos objetivos do clube. São os mesmos que os meus. O Shakhtar deve vencer sempre.

De preferência, para Bernard, que o sucesso na Liga dos Campeões esteja acompanhado com o do futebol local (o Shakhtar ganhou os últimos três campeonatos ucranianos). Permanecer na Seleção ao menos até a Copa do Mundo é um dos seus maiores objetivos e, para isso, ele sabe que precisará aparecer.

– O Shakhtar é o campeão do seu país e jogou a Champions. Para mim esta transição seria um passo muito importante. O clube está em constante crescimento e cada vez é mais conhecido em todo o mundo. É um bom clube europeu. Agora que estou aqui, vou querer provar o meu valor. Inclusive para continuar a ser convocado para jogar na seleção brasileira – contou o meia-atacante, que irá disputar o amistoso contra a Suíça, na próxima quarta-feira, e aí então se apresentar de vez ao Shakhtar.
Confira outros trechos da entrevista abaixo:

Quem de sua família vem viver com você aqui? Talvez algum dos meus amigos?
Meu primo, meu pai, minha mãe e minha irmã… É claro que vou precisar me adaptar. Eu acredito que a família é a coisa mais importante que temos. Assim que, sem a ajuda deles eu não teria conseguido.

O que você considera ser o seu ponto forte: a velocidade ou a técnica?
Estou precisamente tentando combinar essas duas coisas para obter melhores resultados. Nem mesmo sei dizer no que sou mais forte. Trabalho em ambas as vertentes.

Na Ucrânia o futebol implica mais força bruta que no seu país. Vai ter que ser acostumar com isso?
Claro. Acho que conseguirei sem problema. Para ser honesto, acho que eu sou o tipo de pessoa que é capaz de se adaptar a qualquer parte do mundo. Depende do meu desejo de jogar futebol e, acreditem em mim, eu adoro fazer isso! (Risos) Vou fazer de tudo o que estiver ao meu alcance para retribuir ao Shakhtar a boa atitude que demonstrou em relação a mim.
Sente a responsabilidade que cai agora sobre você?
É enorme. É uma responsabilidade muito grande, quando o clube confia em você. Eu me aconselhei com os meus pais e juntos decidimos que uma chance destas não pode ser jogada fora, é preciso agarrá-la e seguir por este caminho. Sabe, eu tenho que agir bem certinho para poder me manter aqui o maior tempo possível! (Risos) Quero ser útil ao Shakhtar e vou dar o meu máximo para isso.

Você esteve no gramado do Donbass Arena onde irá jogar futuramente…
Além da alegria que estou sentindo agora, não vejo a hora de me estrear com a camisa do clube. Quero muito ver a torcida, o estádio cheio! Entrar em campo e jogar futebol: é a isto que se resume a felicidade para mim.

Fonte: Globo.com

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