Acusada de tentar matar filho de oito meses recebe clemência

Embora júri tenha entendido que a ré tentou afogar o filho, a acusada recebeu clemência.

Terminou ontem (14) o julgamento de Clécia Araújo da Silva acusada de tentar afogar o filho de apenas oito meses no dia 12 de fevereiro de 2012, no mar da praia de Jacarecica. Embora o corpo de jurados tenha entendido que houve a tentativa de homicídio, a acusada recebeu clemência.

Versões distintas das principais testemunhas da tentativa de afogamento determinaram a decisão dos sete jurados que, na dúvida, decidiram pela absolvição da ré. Depuseram ontem, além de Clécia, o pai da criança e as testemunhas de defesa e acusação.

Outra questão levantada pela defesa que favoreceu a ré foi o laudo emitido pelo IML que não apontava sinais de afogamento na criança. Segundo o defensor público Marcelo Barbosa Arantes “a prova médico-legal não apontou na criança qualquer indício que pudesse indicar um possível afogamento malsucedido, como uma possível ingestão de água salgada pelo bebê”, explicou o defensor.

Consta nos autos que uma das testemunhas disse ter visto Clécia segurar a criança com firmeza nos braços, se abaixando algumas vezes dentro d’água. A segunda testemunha, no entanto, disse que a acusada apenas afundava a cabeça do filho na água e que, depois, simplesmente deixou o bebê solto no mar, como se quisesse realmente que a mesma se afogasse.

"Não é possível que duas pessoas que se dizem testemunhas oculares narrem de forma tão diferente um mesmo fato. Não há prova segura de ter havido uma tentativa de afogamento. Se a criança realmente tivesse sido afogada pela mãe, certamente o IML conseguiria constatar isso no exame de corpo de delito", pontuou o defensor público.

Na representação do Ministério Público, Clécia teria tentado afogar a criança depois de uma discussão com o pai da vítima.

O julgamento foi presidido pelo Juiz Maurício Brêda.

Família da acusada sofre represálias

No mês de julho deste ano, conforme boletins de ocorrência juntados aos autos, o pai da criança teria efetuado disparos de arma de fogo contra sua ex-sogra, mãe de Clécia Araújo. Tal fato foi confessado por ele enquanto prestava seu depoimento perante o tribunal do júri.

Diante disso a Defensoria Pública requereu a remessa de cópia das gravações da sessão de julgamento, bem como dos boletins de ocorrência, ao Ministério Público de Teotônio Vilela, onde teria acontecido o fato, bem como ao Delegado-Geral da Polícia Civil e ao juiz da Vara de Família de Campo Alegre, onde tramita ação versando sobre a guarda do bebê.

Fonte: Com informações do TJ/AL

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