Egito se prepara para sexta-feira da ira após violenta repressão

A comunidade internacional teme um outro dia de violência no país.

AFPBalanços dão conta de que ao menos 500 civis morreram em todo o país, segundo o porta-voz do governo, Mohamed Fathallah. O ministério do Interior informou a morte de 43 policiais.

Balanços dão conta de que ao menos 500 civis morreram em todo o país, segundo o porta-voz do governo, Mohamed Fathallah. O ministério do Interior informou a morte de 43 policiais.

A Irmandade Muçulmana convocou uma "sexta-feira da ira" com novas manifestações no Cairo após as mortes de quase 600 pessoas na repressão dos últimos dias. A comunidade internacional teme um outro dia de violência no país, onde na quarta-feira a violenta desocupação de dois acampamentos de simpatizantes do presidente islamita Mohamed Mursi, derrubado pelo exército em 3 de julho, e os posteriores confrontos deixaram 578 mortos, segundo o ministério da Saúde.

A Irmandade Muçulmana cita 2.200 mortos e mais de 10.000 feridos, no dia mais violento no Egito desde a queda de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.

A "sexta-feira da ira" provoca inquietação na Europa, onde o presidente francês, François Hollande, terá reuniões por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

As autoridades egípcias, designadas pelo exército, autorizaram a polícia a abrir fogo contra os manifestantes que atacarem bens públicos ou as forças de segurança.

"As manifestações contra o golpe de Estado sairão de todas as mesquitas do Cairo e seguirão para a praça Ramsés após a oração por uma ‘sexta-feira da ira’", afirmou o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad El Haddad.

Laila Musa, porta-voz da coalizão pró-Mursi contra o "golpe de Estado", anunciou manifestações em todo o país.
Musa informou que simpatizantes de Mursi, incluindo dois ex-parlamentares, foram detidos antes dos protestos.

O movimento Tamarrod, que organizou as gigantescas manifestações que provocaram a destituição de Mursi, pediu aos egípcios que criem "comitês populares" para defender o país contra o que chamam de "terrorismo" da Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi.

As autoridades decretaram estado de emergência por um mês e estabeleceram um toque de recolher no país entre 19H00 (14h00 de Brasília) e 06H00 (1H00).

Fonte: AFP

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