PM é afastado das ruas após jogar spray de pimenta em jornalistas

Henrique Coelho/ G1Confusão e correria em manifestação em frente à Alerj

Confusão e correria em manifestação em frente à Alerj

O policial militar flagrado lançando spray de pimenta em jornalistas que cobriam manifestação na Rua do Catete, perto do Largo do Machado, Zona Sul do Rio, na noite de segunda-feira (19), foi afastado das ruas, informou a assessoria da PM através de nota. De acordo com a corporação, o policial mostrado no vídeo será submetido a atendimento psicológico e ficará afastado de suas funções operacionais enquanto durar o procedimento. Ainda segundo a nota, o vídeo será tema de um estudo de caso do qual toda a tropa do Batalhão de Polícia de Choque participará.

A Corregedoria da PM abriu sindicância para apurar os fatos e se ficar comprovada a agressão aos jornalistas o policial será punido. Durante o ataque, outras pessoas que estavam ao redor também foram atingidas. Uma mulher que tentava se proteger também foi atacada.

Antes, ele havia discutido com advogados que acompanhavam o protesto contra o governador Sérgio Cabral e contra a composição da CPI dos Ônibus. "Na porta da delegacia vocês são advogados. Aqui, não", disse o PM.

Na sequência do uso do spray de pimenta indiscriminado, um segundo policial começou a disparar tiros de borracha. Uma mulher chegou a passar mal, desmaiou na 9ª DP (Catete) e teve de ser socorrida pelos bombeiros.

O relações-públicas da Polícia Militar, coronel Cláudio Costa, disse que vai avaliar as imagens para ouvir o PM sobre o episódio. Se for comprovado que houve excesso, o policial vai responder pelos atos.

Concentração na Câmara Municipal

A concentração dos cerca de 300 participantes do ato foi marcada para o início da noite em frente à Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia. De lá foram até a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e, ao chegar ao local, parte do grupo adepto à tática de protesto Black Bloc decidiu fazer um cordão humano para impedir que policiais militares os revistassem. Quando os agentes da PM tentaram iniciar a revista, os integrantes se recusaram, originando uma confusão. Houve correria e a polícia utilizou choque elétrico e cassetetes para reprimir o grupo. Um rapaz identificado apenas como Vitor foi detido e levado para a 5ª DP (Mem de Sá) e, por isso, pouco antes das 21h, o grupo deixou o local e foi até a 5ª DP (Mem de Sá).

Da delegacia, os manifestantes seguiram para o Largo do Machado, onde ficaram concentrados por cerca de uma hora. Os manifestantes se dispersaram sem que o protesto chegasse ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, que estava cercado pela PM.

O protesto começou por volta das 19h05 desta segunda-feira por ruas do Centro do Rio. Eles pediam a saída do governador Sérgio Cabral e a mudança dos integrantes da CPI dos Ônibus. A caminhada fechou a Avenida Rio Branco por volta de 19h30, depois Avenida Beira-Mar e a Avenida Presidente Antônio Carlos. Todas já estavam liberadas por volta de 20h15.

Apesar de algumas revistas realizadas pelo Grupamento de Policiamento de Proximidade de Multidões (GPPM), o clima estava tranquilo no início do ato. Palavras de ordem contra o governador Sérgio Cabral eram as mais comuns, mas também se repetiram gritos de "Cadê Amarildo?". Outro alvo comum dos ativistas era o vereador Chiquinho Brazão (PMDB), presidente da polêmica CPI dos Ônibus.

Jovem detido irá a audiência

Pouco antes das 22h, advogados do jovem foram até a porta da delegacia, onde informaram aos manifestantes que Vitor se comprometeu a comparecer em audiência para responder por um suposto crime de menor potencial ofensivo. Ele é acusado de ter depredado a vidraça de uma agência bancária.

Fonte: G1

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