Real não deve se desvalorizar demasiadamente, avalia Tesouro

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O real não deve ter demasiada volatilidade (forte sobe e desce) e nem se "desvalorizar demasiadamente", segundo avaliou nesta terça-feira (3) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

"Quando achamos que isso está ocorrendo, fazemos uma política de diminuir o impacto. Acho que estamos indo bem e vamos continuar", acrescentou ele. Augustin não explicou, porém, sobre qual patamar seria considerado uma alta demasiada do dólar.

A alta da moeda norte-americana não tem preocupado, porém, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Segundo ele, o novo patamar da nossa moeda em relação às moedas internacionais propicia um conforto que o país precisa.

Dólares para o mercado
Após a disparada da moeda norte-americana nos últimos meses, o Banco Central anunciou, no fim do mês passado, uma política para fornecer "liquidez" (leilões de contratos no mercado futuro e linhas de dólares no mercado à vista), pelo menos, até o fim deste ano.
Ao todo, o novo programa de oferta de "swaps cambiais" ao mercado envolverá cerca de US$ 37 bilhões até o fim deste ano, ao mesmo tempo em que a oferta de linhas no mercado à vista, com compromisso de recompra, totalizará cerca de US$ 20 bilhões. Deste modo, o pacote total do BC envolve mais de US$ 55 bilhões neste ano.

O novo programa do BC se assemelha do processo anunciado pela autoridade monetária em 2001 e 2002. Na ocasião, o diretor de Política Monetária da instituição, Luiz Fernando Figueiredo, informou que o BC iria atuar diariamente no mercado de câmbio, com vendas de recursos no mercado à vista. O processo ficou conhecido, naquele momento, por "ração diária".

Em 22 de agosto, quando o plano do BC foi anunciado, a moeda norte-americana fechou em R$ 2,43. Nesta terça-feira (3), por volta das 12h, operava ao redor de R$ 2,38.

Efeitos do dólar alto
A alta do dólar torna as exportações brasileiras mais baratas, ao mesmo tempo em que encarece as compras feitas no exterior. Com isso, gera melhores condições de competitividade para as empresas brasileiras.
Por outro lado, a disparada da moeda norte-americana também impulsiona a inflação, uma vez que quase 25% dos produtos consumidos em nossa economia são importados. Para combater o efeito do dólar alto nos preços, o BC está tendo de subir mais os juros neste ano.

Antes da alta recente do dólar, a expectativa do mercado era de que o aumento dos juros total previsto para este ano seria de um ponto percentual, passando de 7,25% para 8,25% ao ano no fim de 2013. Após a disparada do câmbio, os economistas dos bancos passaram a prever um ciclo bem maior de alta dos juros: para 9,5% ao ano no fim de 2013.
O aumento na cotação do dólar também impacta, para cima, as dívidas das empresas cotadas em moeda norte-americana, além de tornar as viagens de brasileiros ao exterior mais caras. Por outro lado, barateia o turismo de estrangeiros ao Brasil.

Fonte: G1

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