Senado limita reeleição de dirigentes esportivos

Agência SenadoProjeto de Cunha Lima prevê apenas uma reeleição para dirigentes de entidades esportivas

Projeto de Cunha Lima prevê apenas uma reeleição para dirigentes de entidades esportivas

A tendência de dirigentes de entidades desportivas ficarem décadas em seus cargos pode estar com os dias contados. A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE) aprovou, nesta terça-feira (3), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 253/2012, que cria normas para fixar regras de reeleição e de duração dos mandatos dos dirigentes de entidades desportivas.

A proposta, do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), determina, por exemplo, que os dirigentes das entidades de administração do esporte podem ser reeleitos, mas que tal hipótese se realizaria uma única vez, e que cada mandato não pode ser superior a quatro anos.

A relatora, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), apresentou relatório pela aprovação do projeto. Mesmo ausente, por estar em missão oficial, a relatora pediu que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fosse designado relator ad hoc para que o projeto não deixasse de ser apreciado nesta terça-feira.

De acordo com a relatora, a proposta “efetivamente aperfeiçoa a disciplina legal do funcionamento das entidades de direção do esporte em nosso País, e corresponde à sua necessária dimensão democrática”. Lídice aponta que o projeto atende “tanto ao princípio republicano, ao estipular limites ao mandato e restrições à elegibilidade de parentes, como também à transparência que deve reger o funcionamento dessas instituições, que, embora privadas, exercem funções que parecem indubitavelmente eivadas de um múnus público”.

De acordo com a proposta, ficam ainda proibidas as eleições de cônjuges e parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do dirigente eleito para o mandato com exercício imediatamente anterior às eleições.

Após a aprovação da proposta, o autor celebrou o resultado, agradecendo ao presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO). Cássio Cunha Lima disse que o projeto atende a um reclamo da sociedade brasileira, principalmente da comunidade desportiva, evitando que federações passem 40 anos sob o mesmo comando.
– A matéria segue agora para a Câmara dos Deputados e lá tenho certeza de que os representantes do povo brasileiro deverão apreciar com a presteza e a diligência necessárias – disse o autor.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) também comemorou a aprovação do projeto e afirmou que é preciso ter coragem para desbaratar a “caixa preta” da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ranfolfe comparou a CBF com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), responsável pela arrecadação de direitos autorais. Para Randolfe, Cássio Cunha Lima começou a tentar resolver o problema da corrupção que existe nas federações esportivas, principalmente, no futebol.

– Se, em relação ao Ecad, nós conseguimos ainda colocar a mão para desbaratar a caixa preta que lá está, no que tange à CBF nós não conseguimos. Esta, tentou-se de várias formas, mas é uma caixa preta blindada de tudo quanto é jeito – afirmou.

Também acompanharam a aprovação da proposta na comissão os atletas Carmem de Oliveira, recordista sul-americana de maratona e campeã da São Silvestre; Ronaldo da Costa, ex-recordista mundial de maratona; e Hudson de Souza, campeão panamericano dos 5 mil e 10 mil metros na República Dominicana em 2013.

Fonte: Agência Senado

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