Identidade partidária e oportunismo político: Dois pólos da política brasileira

Falta identidade partidária e sobra oportunismo político! A prática política da maioria dos políticos brasileiros se repete, especialmente a cada período que antecede o processo eleitoral. Com raríssimas exceções, os mandatários de mandatos, lideranças partidários ou sociais, procuram se acomodar de acordo com as conveniências e interesses familiares e individuais. Foi o que se viu no apagar das luzes da legislação eleitoral, com a formação de novas siglas e filiação aos partidos.

Seguindo a lógica da acomodação, com uma orientação mais à direita do que de centro, foram os casos do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e o Solidariedade (SDD), que obtiveram os seus registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por outro lado, mobilizado por uma parcela da sociedade como algo novo no cenário nacional, o partido Rede Sustentabilidade, encabeçado pela ex-católica das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), ex-senadora do PT/AC, ex-ministra do Meio do Ambiente do governo Lula e, mais recentemente, ex-militante do Partido Verde (PV), que não obteve sustentabilidade social e, consequentemente, legal.

Identifica-se o oportunismo em todos os casos! Pelo lado dos políticos assumidamente de direita e sem identidade partidária, até que aconteça uma Reforma Política que responda aos anseios de uma política séria e moderna, já é esperado o comportamento dos políticos do troca-troca de sigla. Agora, o mais grave é quando ocorre com os políticos que se propõem a fazer um discurso novo e caem na mesma prática e armadilhas atrasadas e despolitizadas.

O caso da senhora Marina Silva é emblemático. O oportunismo navega da religião, passa pelos partidos políticos e chega até aos movimentos sociais. Sem querer desacreditar de sua conversão – experiência interior com um Ser Supremo -, mas, sinceramente, alguém que experimentou e rezou na caminhada das CEB’s na Igreja do Acre – mística do Jesus histórico -, e saiu da Igreja Católica para se filiar ao protestantismo porque só aí encontrou Jesus, deixa minimamente uma boa dose de interrogação! Como militante do PT, historicamente alinhada às teses de centro – no espectro interno, leia-se a Social Democracia
keynesiana -, nunca esboçou uma crítica contundente à esquerda! De forma oportunista, aproveitou-se o quanto pode dos cargos eletivos e comissionados até o último momento, saindo do partido questionando a prática que ela mesma construiu e defendeu ao longo da vida partidária.

Filiada ao Partido Verde, candidata-se à presidência da República, com apoio da Rede Globo, das madames de luxo e da burguesia, regada com o cheiro e o perfume do capital. Embalada com o resultado das urnas, conseguiu servir bem ao então candidato do PSDB, José Serra, cumpriu como personagem global o papel planejado de coadjuvante no processo eleitoral, levando-o ao segundo turno.

No período pré-eleitoral de 2014, o enredo se repete, só que com cenas de novela mexicana! Primeiro, o novo do Rede só encontra-se no exótico terminológico, porque não tem nada de novidade no projeto – a sustentabilidade é uma temática que a agrada ao paladar de gregos e troianos! Não define absolutamente nada! Depois, mais uma vez, nasceria para dar guarida a uma candidatura! Como não teve a aprovação do TSE, a postulante pulou imediatamente para o PSB, partido aliado do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), defensor ferrenho do agronegócio, membro da UDR e radical combatente contra a Reforma Agrária e Demarcação dos Territórios Indígenas.

Portanto, fazendo um balanço da trajetória política da neófita do socialismo a lá Eduardo Campos, exprime-se uma dose de oportunismo e personalismo arraigado.

Do ponto de vista da sociedade, essas posturas aventureiras, oportunistas e personalistas não contribuem com o avanço do projeto nacional e das políticas públicas em curso. Nesta perspectiva, interessa que a política brasileira precisa de novos atores, com densa formação política e participação efetiva na construção de projetos estruturantes para, de fato, contribuir com o avanço do país, com a garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos e com a melhoria cada vez mais da qualidade de vida do povo.

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